José Queiroz protesta contra acordo com FMI O líder da Oposição, deputado José Queiroz, protestou ontem, na Assembléia Legislativa, contra o novo acordo do país com o Fundo Monetário Internacional, pois busca uma proteção contra a crise argentina e na prática pode causar um impacto capaz de desestabilizar o bom aluno chamado Brasil, que tem cumprido eficientemente as regras do Fundo.José Queiroz esclareceu que o Brasil, que deverá receber cerca de 15 bilhões, registrou nos primeiros seis meses deste ano uma salgada conta de juros, sendo pagos quase RS 60 bilhões, 50% a mais do que no primeiro semestre do ano 2000. Esse valor equivalente a 10o,2% do PIB eleva as contas públicas, do ponto de vista nominal, ou seja, o que a rigor equivale a acumular um déficit, entre janeiro e julho, de RS 28 bilhões.O parlamentar adiantou que os fatos comprovam que o FMI tem receitado aos países emergentes, com dificuldades financeiras, um dieta fiscal rigorosa, além de ser um emprestador de última instância, que entra no segundo final com um dinheiro que não é seu e ai nda faz as vezes de “avalista”, de credores privados.José Queiroz citou o economista Delfim Netto, segundo o qual “Não adianta tentar sugerir que somos vítimas da crise internacional. Somos, como a Argentina, vítimas da nossa própria miopia política; destruimos nosso setor exportador, concentramos no Mercosul mais diversão de comércio do que de aumento e confiamos na miragem de que o câmbio fixo aumentaria a paridade da economia”.Queiroz criticou a estratégia do FMI de espalhar sua fórmula e causar danos maiores aos países submissos, sendo que no caso brasileiro, além da crise argentina, há o impacto de cortes no crescimento da economia, de sorte que o esforço nacional será drenado para pagar juros e sacrificar nossa capacidade de desenvolvimento, ampliando as dificuldades sociais. Assim, resta às forças de oposição lutarem para mudar, no pleito de 2002, os rumos do País e assegurar a felicidade do seu povo. (Nagib Jorge Neto)