A transformação da Fisepe em Agência de Tecnologia da Informática (ATI) foi tema do debate promovido, ontem, pela Comissão de Ciências, Tecnologia e Informática (CCTI), no auditório da Assembléia Legislativa. Além dos parlamentares que integram a comissão e servidores do órgão, participaram do encontro o secretário executivo da Secretaria de Ciência e Tecnologia, João Carlos Cavalcanti, o diretor de informática da Fisepe, José Corte Magalhães Filho, e o diretor de informática do Sindicato de Processamento de Dados de Pernambuco, Manoel Messias Nascimento.
José Carlos Cavalcanti defendeu a importância da Agência como o veículo pelo qual o Estado irá impulsionar a economia. “Estamos vendo o surgimento de uma nova indústria, a de Tecnologia da Informação, que já representa 4% do PIB (Produto Interno Bruto). Defendemos uma relação de complementariedade entre o setor industrial e o setor de serviço moderno, chamado de Tecnologia da Informação e Comunicação”, argumentou.
A criação de núcleos de tecnologia de informática nas secretarias do Estado e a missão do Porto Digital foram detalhadas por Magalhães Filho. “A descentralização representa um avanço na administração, na produção e gestão.
Já o Porto Digital funciona como interlocutor entre o Estado e a economia”, explicou.
Manoel Nascimento apontou três problemas na condução do processo. “O Governo tem informações estratégicas que não podem ser disponibilizadas para o terceiro setor. A corrida pela criação de núcleos pode deixar para trás informações importantes, causando a feudalização da informatica no Estado, e o Porto Digital representa avanço para o empresariado e não para os trabalhadores”, criticou. O deputado Silvio Costa (PMN) considerou a decisão do Governo como “uma sinalização para privatizar a informática no Estado”.
Presidente da CCTI, o deputado João Fernando Coutinho (PSB) declarou que a comissão acompanhará de perto os trabalhos para implantar a ATI e que também participará de um seminário, no próximo dia 4, organizado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia. “O objetivo da comissão é aprofundar a discussão e participar do processo de transformação sugerindo ações que contribuam para o fortalecimento do setor no Estado.” Os deputados Bruno Araújo (PSDB) e Ettore Labanca (PTB) também participaram das discussões sobre a criação da ATI.