A Assembléia Legislativa apoiará a tribo indígena Atikum-Umã na luta pela demarcação de terras localizadas em Salgueiro, no Sertão. A principal reivindicação é a legalização de 20 mil hectares, que também são ocupados por comunidades quilombolas. Ontem, os índios participaram de uma reunião com o deputado Raimundo Pimentel (PSDB) e o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Elias Gomes. “Pretendemos disciplinar os espaços, sem prejudicar ninguém. Os índios têm direito de lutar pela terra”, ressaltou o tucano.
De acordo com o parlamentar, a falta de demarcação pela Fundação Nacional do Índio (Funai) está causando conflitos na área, onde residem três mil pessoas.
“Estamos sendo jurados de morte e acusados de queimar cercas dos quilombos”, declarou o índio e vereador João Crente. Dos 36 mil hectares pertencentes à tribo, apenas 16 mil foram legalizados.
Elias Gomes informou que a Gerência de Mediação e Prevenção de Conflitos está acompanhando o caso e um representante da Secretaria está no município colhendo informações. “Para facilitar o trabalho, estamos traçando um mapa das áreas de conflito existentes em Pernambuco”, acrescentou.
Plenário – Com a passagem do Dia do Índio, comemorado anteontem, parlamentares defenderam os direitos dos indígenas no País. Em pronunciamento, Nélson Pereira (PCdoB) registrou sua preocupação com as condições de vida desses povos. “Os índios são excluídos do processo de desenvolvimento brasileiro”, disse, criticando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dessa população, que ocupa o 112º lugar no ranking mundial. O deputado Raimundo Pimentel voltou a cobrar soluções para o impasse entre índios e quilombolas no Sertão.