Dança – Ciranda ganha destaque como patrimônio cultural

Em 11/12/2008 - 00:12
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Dança típica das praias, cuja origem não se limita apenas ao litoral, a ciranda pode se tornar Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco, como prevê o Projeto de Lei nº 744/08. A matéria é de autoria do deputado Clodoaldo Magalhães (PTB) e recebeu, ontem, a aprovação dos parlamentares que compõem a Comissão de Administração Pública da Alepe.

O surgimento da ciranda foi constatado, simultaneamente, no Litoral e na Zona da Mata Norte pernambucana, segundo o texto da proposição. Para o presidente do colegiado, deputado Maviael Cavalcanti (DEM), a iniciativa do deputado petebista visa reconhecer uma das danças considerada tipicamente nordestina, principalmente em Pernambuco.

“O ritmo não distingue cor, raça, classe social. Assim, qualquer um pode participar da brincadeira. A ciranda é conhecida, inclusive, como a dança do brinquedo popular. Na cidade de Macaparana, Zona da Mata, a manifestação é muito disseminada”, ressaltou.

Os instrumentos ganzá, bombo e caixa são básicos na ciranda tradicional e, às vezes, a cuíca, o pandeiro e a sanfona ou algum instrumento de sopro acompanham os principais. As músicas cantadas pelos mestres podem ser criações próprias, improvisações e, até mesmo, adaptações de canções. Os passos que compõem a dança variam com a própria dinâmica da manifestação, mas os três principais são a onda, o sacudidinho e o machucadinho.

“Pelo que representa para a nossa história a valorização cultural das manifestações de raízes afro-brasileiras, nada mais justo que esse brinquedo popular passe a ser patrimônio do Estado e de todos os pernambucanos”, argumentou Clodoaldo Magalhães, na justificativa do projeto.

Na reunião de ontem, o colegiado ainda aprovou outras 16 matérias, entre elas, a de nº 846/08, autorizando o Estado a doar 456 hectares de terras no município de Catende à Associação de Produção Mista de Roçadinho e Catende (Apromirc), uma entidade sem fins lucrativos. A idéia é implantar uma microdestilaria de álcool combustível. A matéria recebeu o voto contrário da deputada Terezinha Nunes (PSDB).