A Comissão de Justiça deu aval, nesta terça (20), a duas proposições do Poder Executivo que reajustam vencimentos de categorias do funcionalismo público. Um deles assegura um novo Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV) para os servidores da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). Já a outra proposta abrange servidores de seis segmentos.
O Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 2172/2024, que trata do quadro permanente de pessoal do Hemope, substitui o plano em vigor, de 2002, e estabelece nova estrutura de carreira dos cargos públicos, especialidades e vencimentos. A matéria ainda institui critérios para a progressão, considerando qualificação profissional e titulação para o ingresso e desenvolvimento nas carreiras.
O PLC nº 2173/2024, por sua vez, prevê reajustes a servidores das seguintes áreas: Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI), Universidade de Pernambuco (UPE) – exceto professores -, além de peritos criminais e médicos legistas.
De acordo com o governo, todos têm assegurada, pelo menos, a recomposição da inflação no período que vai de janeiro de 2023 até a projeção do índice para dezembro de 2026. Na justificativa anexada às propostas, a governadora Raquel Lyra expressa que os dois textos são “decorrentes de acordos firmados com as legítimas representações das respectivas categorias”.
Agilidade
Os PLCs tramitam em regime de urgência e, no início da reunião, haviam sido designados para relatoria do deputado João Paulo (PT). O presidente do colegiado, deputado Antônio Moraes (PP), comunicou um acordo para dar agilidade à aprovação dos projetos. “Como são matérias já negociadas com as categorias, ficou acertado entre lideranças de governo e oposição que iríamos suprimir o prazo de emendas e discutir hoje as proposições”, informou o parlamentar.
João Paulo elogiou o fato de os projetos terem sido elaborados com a participação de representações dos trabalhadores envolvidos. “Esse entendimento é o melhor caminho. Muitas vezes, não há essa negociação e a tramitação acaba gerando polêmicas”, avaliou o relator. Os dois textos foram aprovados por unanimidade.
Constituição Federal
A Comissão de Justiça também foi favorável ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 5/2024, que aprova a submissão de uma proposta de emenda à Constituição Federal (PEC). A Carta Magna do Brasil pode receber emenda mediante, entre outras, proposta de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação. Em cada uma delas, a proposta deve ser aprovada pela maioria relativa de seus membros.
A medida aprovada pela Comissão de Justiça tem como objetivo descentralizar competências legislativas em favor dos estados e do Distrito Federal. Para isso, altera os artigos 22 e 23 da Constituição e permite que estados legislem sobre matérias que hoje são privativas da União, como trânsito e transporte; regulamentação de profissões; proteção de dados pessoais; licitação e contratação; organização e convocação de suas polícias e órgãos de segurança pública.
O relator da matéria, deputado Diogo Moraes (PSB), defendeu a proposta que, segundo ele, teve início quando o parlamentar ocupou a presidência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).
“A Alepe se soma a esse esforço, em que buscamos reunir as casas legislativas estaduais para conseguir as assinaturas necessárias e entrar com essa PEC”, informou. “Essa proposta procura aumentar as prerrogativas e o lastro do trabalho legislativo estadual. É muito importante para tornar mais eficiente a legislação nos estados brasileiros, onde são discutidos problemas mais relacionados a cada localidade”, considerou Diogo Moraes.