Pai de Julian Assange visitará Alepe em campanha pela libertação do fundador do WikiLeaks

Em 24/08/2023 - 13:08
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O pai do jornalista Julian Assange, John Shipton Assange, estará na Alepe na próxima semana como parte da campanha mundial pela libertação do filho e em defesa do jornalismo independente. No dia 1º de setembro, às 10h, ele fará uma visita à Comissão de Cidadania da Casa. O encontro, anunciado nesta quinta (24), será em um Plenarinho do Edifício Miguel Arraes, sede do Legislativo pernambucano. 

O fundador do site WikiLeaks atualmente está preso em Londres, na Inglaterra. A campanha liderada pelo pai dele tem percorrido vários países para sensibilizar lideranças, opinião pública e cortes internacionais, em busca da extinção do processo, que está na última instância da Suprema Corte inglesa. Reivindica ainda a recusa da extradição solicitada pelos Estados Unidos. 

ACORDOS – Dani Portela destaca  compromisso do Brasil com defensores dos direitos humanos. Foto: Jarbas Araújo

Presidente da Comissão de Cidadania, Dani Portela (PSOL) explica que o apelo tem sido feito em outras Casas Legislativas de capitais brasileiras. De acordo com ela, a visita à Alepe ocorrerá um dia após a exibição do filme Ithaka – A Luta de Assange, com debate aberto ao público, no Teatro do Parque, no Centro do Recife.

“O Brasil assina vários acordos internacionais de proteção a defensoras e defensores dos direitos humanos. Então é muito importante essa comissão fazer a escuta do pai de Julian Assange”, reforça a parlamentar do PSOL. Além da capital pernambucana, ele vai percorrer Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

Sobre Assange

O australiano Julian Assange é jornalista, ativista e programador de computador. Alegando o objetivo de promover transparência e prestação de contas, o site WikiLeaks, criado por ele em 2006, funciona como uma plataforma que permite a fontes anônimas vazar documentos confidenciais e informações sigilosas de governos, empresas e outras organizações.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou comunicações diplomáticas e registros militares dos Estados Unidos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão. Essas publicações geraram um grande impacto político e diplomático, levantando questões sobre segurança nacional, liberdade de imprensa e privacidade.

No ano de 2012, ele buscou refúgio na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde enfrentava acusações de agressão sexual, que ele negou. Ele permaneceu na embaixada por quase sete anos, até ser preso pela polícia britânica em abril de 2019, após o Equador revogar seu asilo.

Ele também enfrenta acusações nos Estados Unidos, onde é acusado de conspiração para cometer invasão de computadores e espionagem devido à sua colaboração com Chelsea Manning, uma ex-analista de inteligência do Exército dos EUA. 

Discussões

Além da visita de Assange, Dani Portela anunciou que a Comissão de Cidadania fará debates sobre as condições e riscos no trabalho de entrega para empresas de plataformas digitais, no dia 31 de agosto, por solicitação da deputada Rosa Amorim (PT). 

Outros debates, ainda sem data marcada, terão como temas o direito de greve em Pernambuco, por iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), e o projeto Nova Orla, a pedido de moradores do bairro de Brasília Teimosa, no Recife.

Entre as matérias aprovadas nesta quinta (24) está o Projeto de Lei Ordinária (PL) nº 563/2023, de Rosa Amorim (PT), que institui o Programa de Prevenção de Conflitos Agrários Coletivos de Pernambuco (PPCAC-PE). A proposição pretende criar mecanismos para o enfrentamento de violações de direitos humanos e a proteção de risco. Tem como objetivos ainda a mediação de conflitos e o apoio em processos de regularização fundiária.

CAMPO – João Paulo defendeu prevenção de conflitos agrários. Foto: Jarbas Araújo

A versão atual do projeto foi alterada por uma emenda supressiva da Comissão de Justiça, que estabelecia as atribuições da equipe técnica multidisciplinar a ser criada. O texto teve como relator o deputado João Paulo (PT). 

“Temos visto muitos conflitos em processos de reintegração de posse, inclusive espancamentos e mortes, então o projeto caminha na perspectiva de evitar confrontos ou situações em que a polícia é obrigada a cumprir a ordem judicial contra uma população que está sem alternativa”, avalia o petista.