Frente discute ações para reduzir danos causados pelas chuvas

Em 10/04/2023 - 20:04
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EXPANSÃO – Para Clóvis Ramalho, descentralização da Defesa Civil pode ajudar no atendimento das demandas do órgão. Foto: Nando Chiappetta

Diminuir os danos causados pelas chuvas e preservar vidas dependem do investimento em equipamentos, contratar servidores e remover a população que vive em áreas de risco.  Essas e outras medidas foram apontadas por representantes de órgãos do Governo do Estado em reunião com deputados da Alepe nesta segunda (10). Os representantes do Executivo foram ouvidos pelos membros da Frente Parlamentar de Prevenção e Acompanhamento dos Efeitos Provocados pelas Chuvas em Pernambuco, coordenada pelo deputado Henrique Queiroz Filho (PP). 

O secretário executivo de Proteção e Defesa Civil de Pernambuco, coronel Clóvis Ramalho, defendeu como “prioridade zero” uma política de habitação que retire as pessoas de moradias sujeitas a deslizamentos e enchentes. Ele disse que o Estado tem auxiliado prefeituras com o mapeamento dessas áreas, inclusive com o uso de drones, mas que o quadro de pessoal, além de pequeno, não é permanente. 

GARGALO – Crystianne Rosal pediu reforço no quadro de pessoal da APAC: “perdemos vários servidores e ganhamos mais atribuições”. Foto: Nando Chiappetta

Segundo o secretário, a descentralização da Defesa Civil pode ajudar o órgão a dar conta da demanda, crescente em todas as regiões do Estado. “Ações descentralizadas fazem com que a articulação e a cooperação com o ente municipal seja mais rápida e efetiva, pelo conhecimento local, e trazem informações mais qualificadas para o órgão central da Defesa Civil”, apontou.  

Na avaliação do secretário, medidas propostas pela Alepe também podem ajudar. Ele citou a ideia de criar uma Política Estadual de Proteção e Defesa Civil, presente no Projeto de Lei nº 365/2023,  de autoria da deputada Simone Santana (PSB). “Uma proposta como essa pode ser útil, principalmente se vier acompanhada de um Fundo Estadual de Defesa Civil criado pelo Poder Executivo”.  

Na avaliação da diretora de regulação e monitoramento da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Crystianne Rosal, os sistemas de drenagem das cidades não conseguem dar conta porque foram projetados para médias históricas que não correspondem mais à realidade. Ela citou ações que têm buscado aprimorar a capacidade de prever os eventos, e também de melhorar a comunicação com a população para informar sem gerar pânico. 

SOCIAL – Henrique Queiroz Filho observou que “população pobre sofre mais com os efeitos das mudanças climáticas”. Foto: Nando Chiappetta

A diretora da APAC pediu o reforço no quadro de pessoal da agência, que desde a criação só contou com um concurso público, realizado em 2011. “Hoje, o nosso principal gargalo  é a falta de pessoal: perdemos vários servidores e ganhamos mais atribuições, como aquelas em relação à Política Nacional de Segurança de Barragens, entre outros exemplos”. O aumento de pessoal foi também a medida mais urgente apontada pelo representante do Corpo de Bombeiros, coronel Francisco Cantarelli. O efetivo é atualmente menor que o de 2010 e há também carência de viaturas e equipamentos, segundo o coronel.  

De acordo com o coordenador da Frente, deputado Henrique Queiroz Filho (PP), as informações coletadas durante a reunião vão ajudar a trazer soluções “que ajudem principalmente a população pobre, que sofre mais com os efeitos das mudanças climáticas”. Também estiveram presentes na reunião a deputada Rosa Amorim (PT) e o deputado Romero Sales Filho (União)