Estratégias para redução de danos com foco em usuários de drogas durante o Carnaval foram questionadas na Reunião Plenária desta segunda (27) da Alepe. Os deputados Joel da Harpa (PL) e Abimael Santos (PL) criticaram a ação de uma organização não-governamental (ONG) que incluía a distribuição de itens como canudos limpos e cartões para minimizar os riscos de contaminação. Na avaliação dos parlamentares, essa prática caracterizou apologia ao uso de entorpecentes.

APOLOGIA – Para Joel da Harpa, ação realizada em Olinda incentiva o uso de drogas. Foto: Nando Chiappetta
No último dia 20, segunda-feira de Carnaval, a Polícia Civil fechou, com base numa denúncia anônima, um espaço de acolhimento que estava funcionando no centro histórico de Olinda (Região Metropolitana). Joel da Harpa repudiou a ONG pernambucana que vinha distribuindo os kits de redução de danos no local. Segundo o parlamentar, o material facilitava o uso de substâncias ilícitas, além de informar, por meio de folhetos, os efeitos destas no organismo do indivíduo.
“Política de redução de danos é mostrar o perigo do uso de drogas. No entanto, o que eu vi foi um incentivo à utilização delas”, avaliou. Com a ressalva de que a entidade não teria recebido recursos públicos, o parlamentar levantou suspeitas sobre o financiamento da ação. “O crime organizado deve estar investindo nessas ONGs para facilitar o uso de drogas em Pernambuco”, indicou. “Essa é a política de prevenção que a esquerda está querendo aqui para o Estado”, acrescentou.

CRIMINALIDADE – Abimael Santos reforçou críticas e defendeu contratação de mais policiais. Foto: Nando Chiappetta
Também o deputado Abimael Santos repudiou a distribuição dos itens. “Quem defende redução de danos tem que aprender com os mais antigos como se faz: com trabalho e estudo. Uma enxada e um cipó de goiabeira dão mais resultado do que esse kit”, acredita. “Entregar cartão e canudinho para usar droga é incentivar. Acho até que talvez haja criminosos por trás disso”, concordou.
Santos também usou o tempo na tribuna para sugerir a edição de uma norma que permita a convocação de excedentes do concurso público de 2018 para soldado da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). Ele citou, como exemplo, a Lei Complementar nº 505/2022, que autorizou o Estado a convocar os candidatos a oficiais da corporação e do Corpo de Bombeiros Militar cujas redações foram corrigidas para realizar os exames médicos e as demais fases do certame.
“Estamos com um déficit de praças no Estado, precisamos fazer alguma coisa”, discursou. “Vamos levar essa pauta à governadora (Raquel Lyra) para que as pessoas que já fizeram o concurso possam trabalhar. Penso que é mais barato e não precisa esperar de seis meses a um ano para outra prova”, sugeriu. Ele ressaltou, por outro lado, a importância de novos processos seletivos para a área de segurança pública.