Os integrantes da Comissão de Justiça (CCLJ) da Alepe chancelaram, nesta sexta (13), o nome de Thallyta Figueirôa para ocupar o cargo de administradora-geral do Arquipélago de Fernando de Noronha pelos próximos quatro anos. A indicação da governadora Raquel Lyra consta no Projeto de Resolução (PR) nº 3843/2023, de autoria do presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PSB), aprovado na ocasião.
A proposição segue agora para votação em Plenário, devendo ser apreciada na próxima terça (17). Caso o nome seja aprovado pelo conjunto de parlamentares da Alepe, ela será a primeira mulher a atuar no cargo de administradora-geral do distrito.
Durante o encontro, a escolhida passou por uma sabatina que durou quase três horas. Figueirôa detalhou sua formação acadêmica e suas experiências à frente de cargos públicos. Natural de Caruaru (Agreste), é graduada em Administração, com pós-graduações nas áreas de Gestão de Pessoas e de Psicologia Organizacional e Recursos Humanos. Ao longo dos mandatos de Raquel Lyra como prefeita daquele município agrestino, foi presidente da Central de Abastecimento de Caruaru (Ceaca), secretária-executiva de Desenvolvimento Rural e, posteriormente, titular da pasta.
Sobre essas experiências, a gestora destacou ter desenvolvido “a escuta para resolver problemas reais da população”. “Na Ceaca, por exemplo, criamos projetos como o Cesta Verde para alimentar quem precisava tirar comida do lixo para matar a fome. Pretendo trabalhar em Fernando de Noronha da mesma maneira: escutando as necessidades das pessoas”, frisou.
Figueirôa citou, ainda, algumas prioridades: “Resolver os problemas do aeroporto (sob restrição de receber aeronaves de grande porte desde outubro de 2022, em virtude das condições da pista), recuperar estradas e cuidar da destinação dos resíduos do arquipélago”, listou.
Sabatina
Após a exposição inicial de Thallyta Figueirôa ao colegiado, os parlamentares fizeram questionamentos sobre a realidade do distrito estadual de Fernando de Noronha. Presidente da CCLJ e relator do PR 3843, o deputado Waldemar Borges (PSB) ressaltou “a importância de reconhecer os avanços dos últimos anos”.
“A pista do aeroporto precisa ser feita, sim, mas o arquipélago teve inúmeras conquistas, como a construção de estradas vicinais e o progresso da educação – com escola premiada, inclusive”, afirmou o socialista, que recebeu o Título de Cidadão Noronhense, do Conselho Distrital, no ano passado. Além de Borges, os deputados Aluísio Lessa (PSB), Antonio Coelho (União), Antônio Moraes (PP), Gustavo Gouveia (Solidariedade), Romário Dias (PL), João Paulo Costa (PCdoB) e Diogo Moraes (PSB) também se pronunciaram.
Apontando preocupações, Diogo Moraes fez onze perguntas sobre assuntos diversos como dificuldades relativas ao saneamento do arquipélago, fiscalização de embarcações e construções irregulares, iniciativas de atenção à juventude e o cumprimento da Lei nº 17.624/2021, que proíbe a entrada de veículos à combustão em Noronha a partir de agosto deste ano. “O distrito é um local com problemas de várias grandezas”, observou
Representantes dos moradores locais, conselheiros distritais participaram da reunião. Presidente do Conselho, Otávio Minervino desejou sorte para a indicada ao cargo de gestora do arquipélago, mas disse ser “relevante discutir, mais para frente, a possibilidade de a população local eleger a pessoa que ocupará a função”. “Fernando de Noronha é o único lugar no Brasil que não escolhe seu governante”, criticou.