
HEMODIÁLISE – José Queiroz destacou a criação de novo centro para pacientes renais em Caruaru. Foto: Nando Chiappetta
Nesta quarta (17), temas relacionados à saúde pública foram abordados na Reunião Plenária da Alepe. O deputado José Queiroz (PDT) destacou a construção de um Centro Estadual de Hemodiálise em Caruaru (Agreste), a ser inaugurado em setembro. Já o deputado João Paulo (PT) fez um apelo para que o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife (PCR) dialoguem sobre a destinação do Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, na Zona Norte da Capital.
Segundo Queiroz, o Centro de Hemodiálise deverá funcionar no terreno do Hospital Mestre Vitalino, que também abriga uma unidade de oncologia desde 2018. “Mesmo na unidade particular existente na cidade, que é nota 10, os pacientes sofrem. As pessoas vêm do interior duas vezes por semana e ficam esperando na fila para depois passar quatro ou cinco horas no tratamento”, relatou.
Ao comentar o pronunciamento, o deputado Romário Dias (PL) relembrou a tragédia ocorrida em 1996, quando 60 pacientes morreram em Caruaru por uma contaminação da água usada em uma clínica particular de hemodiálise conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS). O fato motivou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), presidida por ele.

CPI – Romário Dias relembrou CPI que investigou a morte de 60 pacientes de hemodiálise, em 1996. Foto: Nando Chiappetta
“A água não era tratada, não havia engenheiro químico para fazer os testes e muitas pessoas morreram ou adquiriram deficiências. Recebi muitos telefonemas com ameaças de morte”, disse Dias, que presidiu a Reunião Plenária desta quarta.
Hospital Psiquiátrico
João Paulo, por sua vez, abordou o novo projeto da PCR para o Parque da Tamarineira e a indefinição sobre o destino do Hospital Ulysses Pernambucano. Ele propôs que haja diálogo entre o Poder Público e as entidades que buscam esclarecer pontos controversos e propor alternativas. Entre elas, a Associação Médica de Pernambuco, a Sociedade de Psiquiatria do Estado e o Instituto Pernambucano de História da Medicina.
O parlamentar informou que a primeira entidade entregou à secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, um documento com propostas para o Hospital. Uma delas é a manutenção do atendimento de urgência e do internamento de curta duração na área do Parque, sem prejuízo para a utilização do novo equipamento de lazer pela população. Outra reivindicação apresentada é a requalificação do prédio hospitalar para implantar um Memorial da Psiquiatria Pernambucana.

TAMARINEIRA – Para João Paulo, criação de parque não deve impedir continuação das atividades de hospital psiquiátrico. Foto: Nando Chiappetta
Entretanto, segundo João Paulo, após diversas reuniões com a Prefeitura e com o Governo do Estado, nenhum resultado concreto foi alcançado. “O Ulysses Pernambucano é uma referência na área de saúde mental. Apesar de antigo e com problemas estruturais, está em inteira consonância com a reforma psiquiátrica. É imperativa a continuidade e a melhoria dos serviços prestados à população há mais de um século”, acentuou.
De acordo com o petista, a unidade psiquiátrica fundada em 1883 possui 115 leitos, oferecendo cerca de 50 atendimentos diários, em caráter de emergência. Serve, ainda, de campo de prática para aproximadamente 500 estudantes de graduação e pós-graduação.
Por fim, ele sugeriu que a Comissão de Saúde da Alepe promova uma audiência pública sobre o tema. “Tão importante quanto a construção do Parque é o entendimento de que a obra não seja feita em prejuízo da assistência à saúde e à preservação de um prédio tão importante para nossa memória”, concluiu.
Veja a íntegra da Reunião Plenária: