A representante do mandato coletivo Juntas (PSOL), deputada Jô Cavalcanti, alertou para a ameaça de despejo contra 180 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no município de Gameleira, Zona da Mata Sul. O conflito fundiário foi tema do discurso da parlamentar na Reunião Plenária desta quinta (28).
De acordo com a psolista, as pessoas só não foram desalojadas do local graças à lei aprovada na Alepe que proíbe reintegrações de posse durante a pandemia de Covid-19. “Eles ocupam uma antiga usina de cana-de-açúcar há 25 anos. Agora, receberam a notícia de que poderão ser removidos, pois o processo de desapropriação foi anulado pela Justiça”, informou.
Jô Cavalcanti explicou que os assentamentos São Gregório, Alegre I e Alegre II produzem alimentos orgânicos que atendem às feiras de municípios nas proximidades. “Nos comprometemos em atuar no sentido de evitar a retirada dessas famílias de suas terras”, declarou a deputada. “As áreas estão sob a proteção da nossa Lei de Despejo Zero, mas isso pode ser derrubado quando a pandemia passar.”
Para a deputada, o caso exemplifica a questão do acesso a terra também como mecanismo de combate à fome e à miséria. “Não podemos aceitar que as pessoas voltem a passar fome no País que mais produz alimentos no mundo”, pontuou a mandatária das Juntas.