
OBJETIVO – “Queremos construir soluções conjuntas para os problemas dos que geram emprego e renda para o Estado”, observou Eriberto Medeiros. Foto: Nando Chiappetta
Ciclo de reuniões envolvendo representantes da Alepe, do Sebrae-PE e dos setores produtivos do Estado, a primeira etapa do Projeto Fala Pernambuco foi concluída, nesta quarta (15), com a escuta das demandas da Região Metropolitana do Recife (RMR). Nove segmentos da economia apresentaram pleitos que vão de incentivos fiscais, simplificação legal e desburocratização de processos administrativos a programas de qualificação profissional e investimentos em inovação.
“É uma satisfação para nós da Alepe intermediar esse contato entre o setor produtivo e os diversos órgãos do Poder Público. Nosso objetivo é construir soluções conjuntas para os problemas daqueles que geram emprego e renda para o Estado”, afirmou o presidente da Casa, deputado Eriberto Medeiros (PP). O parlamentar anunciou que buscará promover um encontro com o governador Paulo Câmara e o secretariado estadual a fim de tratar das principais demandas.
O superintendente do Sebrae-PE, Francisco Saboya, lembrou que é preciso facilitar o trabalho do empresariado, em especial o de pequeno e médio portes. “Parte dos nossos entraves está no ambiente regulatório brasileiro, marcado por um emaranhado de leis muitas vezes contraditórias”, avaliou. Prefeito de São Lourenço da Mata, Vinícius Labanca falou sobre os problemas compartilhados pelos municípios da região. “Sofremos com a pouca arrecadação para enfrentar nossos desafios econômicos e sociais, ampliados pela pandemia de Covid-19”, relatou.
“Se o Poder Público e os empresários trabalharem lado a lado, todos têm a ganhar”, acredita Bernardo Peixoto, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio). “Esses encontros são fundamentais porque oferecem uma visão mais ampla do que precisa ser feito para melhorar o ambiente de negócios no Estado”, acrescentou Ricardo Essinger, presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).
Inovação

FECOMÉRCIO – “Se Poder Público e empresários trabalharem lado a lado, todos têm a ganhar”, acredita Bernardo Peixoto. Foto: Nando Chiappetta
Diretor do Núcleo de Gestão do Porto Digital, Heraldo Ourem Neto listou os entraves enfrentados por quem atua na área. “É necessário fomentar a pesquisa e trabalhar para que o conhecimento produzido na academia chegue aos setores produtivos”, argumentou. Ele pediu apoio para interiorizar programas de inovação e verba de emendas parlamentares para projetos de inovação.
Automotivo
Uma das principais queixas do setor é a complexidade da legislação fiscal. “Muitas vezes, mercadorias que compramos em outros Estados ficam retidas na divisa por questões irrisórias, o que atrapalha toda a cadeia de produção”, contou Pedro Paulo de Medeiros, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de Pernambuco (Sindirepa). Ele solicitou, ainda, a simplificação do processo de licenciamento ambiental em Pernambuco.
Alimentos e bebidas
Diretora-executiva da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel), Rhaissa Soares defendeu apoio para os empresários do setor, que fecharam as portas por 120 dias nos últimos dois anos, em razão da pandemia. “Queremos que o Governo do Estado amplie a validade de algumas certidões de funcionamento. Muita gente ficou sem faturar nesse período e não tem condições de arcar com os custos da renovação de documentos”, pontuou.
Construção civil
Representante da Associação Brasileira de Cimentos, Karla Roberta Guimarães informou que o principal gargalo desse ramo é a falta de qualificação profissional. Ela também falou da necessidade de estimular a inovação. “É importante expandir a Modelagem de Informação da Construção entre empresas e prefeituras”, opinou, referindo-se a uma série de processos e tecnologias que visam aperfeiçoar a formulação de projetos de engenharia e arquitetura.
Turismo

TURISMO – Segundo José Inácio de Andrade, segmento aguarda novos programas de incentivos fiscais e de refinanciamento das dívidas. Foto: Nando Chiappetta
Segundo José Inácio de Andrade, do Conselho de Turismo da Ilha de Itamaracá, o segmento aguarda novos programas de incentivos fiscais e de refinanciamento das dívidas. “Em 2019, fomos impactados com o derramamento de óleo nas praias. Quando estávamos começando a nos reerguer, veio a pandemia. Precisamos da ajuda do Poder Público”, frisou. Ele pleiteou melhorias das vias que fazem parte dos roteiros turísticos, bem como ações de restauração de monumentos históricos.
Saúde
“Pernambuco é o segundo maior polo médico do País, mas enfrentamos defasagem no setor industrial que atende ao nosso ramo. É essencial que o Estado ofereça incentivos fiscais para as indústrias de saúde se instalarem aqui”, afirmou Diego Melo, do Conselho Regional de Educação Física. A digitalização de processos burocráticos foi outra pauta apresentada pelo setor.
Economia criativa
Para o consultor André Luiz Gomes, é preciso incentivar a formalização de empresas que atuam no ramo. “Nossas pautas exigem um diálogo constante com as Secretarias de Administração, Cultura e Turismo. As soluções devem ser pensadas conjuntamente”, resumiu ele, que também reclamou dos entraves fiscais.
Beleza

FISCALIZAÇÃO – Cíntia Almeida cobrou a simplificação das normas sanitárias para a área de beleza e estética. Foto: Nando Chiappetta
Representante do Sindicato Patronal dos Salões de Beleza, Barbearia e Clínicas Estéticas, Cíntia Almeida cobrou a simplificação das normas de vigilância sanitária impostas à área. “Em alguns municípios, somos considerados estabelecimentos de saúde e em outros, de beleza. Há confusão no momento em que somos fiscalizados”, declarou. “Somos um segmento que envolve muitas mulheres chefes de família e, por isso, temos grande impacto social”, observou.
Lideranças empresariais
Alex Pinheiro, da Associação de Micro e Pequenas Empresas de Igarassu, pediu redução no valor da taxa de bombeiros para os negócios de menor porte. “Hoje pagamos o mesmo que grandes empresas e estimo que 50% dos 399 mil empreendedores do Estado estejam inadimplentes”, crê.