Fala Pernambuco: agenda da Mata Norte inclui agricultura, estradas e turismo

Em 01/09/2021 - 20:09
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ALVARÁS – Eriberto Medeiros demonstrou que diálogo com setor produtivo já vem rendendo frutos. Foto: Nando Chiappetta

A Zona da Mata Norte quer mais atenção para os pequenos produtores agrícolas, recuperação da malha viária, incentivo ao turismo e programas de capacitação profissional. As demandas foram apresentadas na oitava reunião do Projeto Fala Pernambuco, realizada nesta quarta (1º), pela Alepe e pelo Sebrae-PE. A iniciativa vem buscando identificar as políticas públicas e medidas legais necessárias para alavancar o desenvolvimento econômico do Estado.

Presidente da Alepe, o deputado Eriberto Medeiros (PP) demonstrou como esse diálogo já vem rendendo frutos. “Uma das reclamações apresentadas nos últimos encontros foi a dificuldade na emissão de alvarás de funcionamento de empreendimentos pelos Bombeiros. Encaminhamos a demanda ao Poder Executivo Estadual e já tramita na Casa um projeto de lei para simplificar essas regras”, exemplificou.

Para o superintendente do Sebrae em Pernambuco, Francisco Saboya, é preciso apoiar aqueles que geram emprego e renda, em especial os pequenos negócios. “De cada três postos de trabalho abertos durante a pandemia, dois vieram desse segmento. É essencial melhorarmos o ambiente regulatório e qualificar a mão de obra voltada ao setor”, argumentou.

EMPREGO – Vice-prefeito de Aliança, Tiago Capitulino relatou que pequenos negócios sustentam a economia dos municípios de menor porte. Foto: Nando Chiappetta

Vice-prefeito de Aliança, Tiago Capitulino relatou que estes empreendimentos são responsáveis por sustentar a economia dos municípios de menor porte. “Precisamos garantir a sobrevivência dos pequenos negócios. Não aguentamos mais ver nossos filhos migrarem para as grandes capitais por falta de oportunidade de emprego e renda nas nossas cidades”, disse.

Agropecuária

Integrante do Programa de Zootecnia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), André Carlos Pimentel listou as principais demandas do setor: capacitação técnica dos trabalhadores, fomento à aquisição de maquinário, apoio a associações de produtores, ampliação das linhas de crédito e investimentos na infraestrutura hídrica. “A falta de água é um gargalo para a agropecuária na nossa região”, observou.

Ele também defendeu a captação de novos mercados consumidores para a produção regional, a instalação de um frigorífico direcionado à agricultura familiar, bem como a implantação do Arco Metropolitano. “É preciso melhorar o escoamento dos nossos produtos e facilitar a mobilidade das pessoas”, argumentou Pimentel.

Comércio, indústria e serviços

O Arco Metropolitano também esteve em foco na exposição de Carlos Alberto de Azevedo, representante da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiana. “Defendemos, no entanto, o traçado que contorne a Área de Preservação Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, preservando nossos ativos ambientais”, pontuou.

GOIANA – “Além do suporte a roteiros, precisamos de apoio para abrir novos atrativos”, pleiteou Carlos Augusto Pereira. Foto: Nando Chiappetta

Outra ação solicitada foi a promoção de campanhas públicas para a atração de investimentos. “Seria importante divulgar os benefícios fiscais e as vantagens competitivas dos nossos municípios”, disse, pedindo, por fim, a implantação de um aterro sanitário que atenda à região.

Turismo e economia criativa

“Cerca de 90% dos turistas que chegam a Pernambuco se dirigem para Porto de Galinhas e Fernando de Noronha, fato que precisa ser corrigido. Além do suporte a roteiros já existentes em outras regiões, precisamos de apoio na abertura de novos pontos atrativos”, pleiteou Carlos Augusto Pereira, representante do Conselho de Turismo de Goiana.

Ele também fez queixas sobre a malha viária da região e cobrou investimentos em obras de saneamento básico. “O atraso no Censo pelo Governo Federal tem penalizado muito os pequenos municípios, pois os dados são responsáveis por orientar a distribuição dos recursos públicos, cada vez mais concentrados nos grandes centros”, concluiu.