
PRIORIDADE – “Precisamos proteger e reerguer essas atividades, que são o verdadeiro motor da economia pernambucana”, frisou Eriberto Medeiros. Foto: Giovanni Costa
A Alepe deu início, nesta quarta (16), a uma série de reuniões virtuais com o objetivo de coletar as principais necessidades em políticas públicas e medidas legais de suporte às micro e pequenas empresas do Estado. Realizado em parceria com o Sebrae-PE, o Projeto Fala Pernambuco começou suas atividades ouvindo pequenos empresários do Sertão do Araripe.
A programação prevê nove encontros, sempre às quartas-feiras, até o mês de setembro. Cada uma dessas audiências atenderá a uma região pernambucana. A metodologia incluiu escutas prévias, nas quais são sistematizadas as demandas das entidades empresariais e organizações do terceiro setor. Finalmente, são escolhidas cinco prioridades por segmento: indústria, comércio, cultura/turismo, agronegócio, meio ambiente, saúde e educação.
“A partir desse processo, vamos formar, em conjunto, uma agenda legislativa de apoio aos pequenos empreendimentos, para que a recuperação econômica do nosso Estado ocorra da forma mais rápida e sustentável que for possível”, declarou o presidente da Assembleia, deputado Eriberto Medeiros (PP).
“Os pequenos negócios representam mais de 54% dos empregos com carteira assinada. Com a situação delicada criada pela pandemia de Covid-19, precisamos proteger e reerguer essas atividades, que são o verdadeiro motor da economia pernambucana”, frisou o parlamentar.

INOVAÇÃO – Para o superintendente do Sebrae em Pernambuco, Francisco Saboya, é importante conhecer cada território. Foto: Giovanni Costa
Para o superintendente do Sebrae em Pernambuco, Francisco Saboya, é importante não só observar os pequenos negócios, mas também buscar conhecer cada território. “Uma startup no Recife e uma queijaria no Sertão do Araripe são ambas pequenas empresas, mas não podem ser tratadas do mesmo jeito”, considerou.
O gestor salientou que a parceria entre as duas entidades pode qualificar o apoio ao segmento. “Precisamos desmistificar a inovação como algo distante, reservado apenas para grandes empresas. Ela deve ser o cotidiano de todas as organizações, não importa de que porte sejam.”
Logística
No caso do Sertão do Araripe, os destaques foram para a melhoria da logística local: recuperar estradas, finalizar a Ferrovia Transnordestina, regularizar o fornecimento de água e iniciar as operações do Aeroporto Regional de Araripina. Esse ponto foi considerado um gargalo tanto para indústria e comércio como também para o turismo e o agronegócio da região.
“Temos uma série de propostas factíveis, que não tratam apenas de um município, mas vão fortalecer todos eles”, afirmou o prefeito de Exu e vice-presidente do Consórcio Intermunicipal do Sertão do Araripe Pernambucano (Cisap), Raimundo Saraiva. Confira aqui as prioridades da região.
Em relação ao Polo Gesseiro do Araripe, os participantes cobraram a revisão da política tributária, a fim de evitar a saída de escritórios e empresas para outros Estados. Também querem que os produtos da localidade tenham preferência nos programas estaduais de habitação. Para o agronegócio, propôs-se a inspeção dentro dos municípios, a criação de um Selo de Indicação Geográfica (SIG) e a inclusão de itens regionais nas compras governamentais.
Pautas

CULTURA – Irene Trindade ressaltou potencial para desenvolver e integrar diferentes roteiros turísticos na região. Foto: Giovanni Costa
Outra ideia apresentada foi a de uma identidade turística para o Araripe, com iniciativas voltadas aos segmentos religioso, cultural e de negócios. A proposta foi recitada em cordel por Geonaldes Gomes, secretário-assistente de Cultura, Juventude e Turismo de Araripina.
Já Irene Souza Trindade, que é empresária do setor gastronômico e presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Ouricuri, ressaltou que há potencial para desenvolver e integrar diferentes roteiros na região. Isso envolveria o ecoturismo e o turismo de negócios juntamente com atrações culturais e religiosas, como o Santuário de Frei Damião, naquele município.
Além de demandas econômicas, os representantes do ambiente de negócios do Araripe revelaram preocupação com a sustentabilidade ambiental no manejo da Caatinga. Ainda pediram expansão e melhoria da estrutura nos serviços de saúde e de educação. “Professores e alunos tiveram grande dificuldade para obter equipamentos e conexão de qualidade para as aulas a distância na pandemia”, salientou Joaquim Araújo de Sá, diretor de rádio na cidade de Trindade e membro da AD Líder, programa de lideranças empresariais mantido pelo Sebrae.