
REGIME MILITAR – “Devemos ficar atentos para impedir que discursos e atos inflamados nos levem a momentos obscuros, como os dessa época.” Foto: Roberto Soares
Os 52 anos do assassinato do padre Antônio Henrique Pereira Neto foram registrados pela deputada Teresa Leitão (PT), na Reunião Plenária desta quinta (27). Para lembrar o fato, ela leu uma postagem feita na página do Instagram @historia_em_retalhos, relembrando o contexto da morte do religioso.
O assessor do então arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Camara, foi sequestrado no bairro do Parnamirim (Zona Norte do Recife) em 26 de maio de 1969. No dia seguinte, apareceu morto na Cidade Universitária (Zona Oeste da Capital). “Era clara a motivação do crime: calar dom Helder Camara. O País vivia o pior período da repressão ditatorial e o arcebispo era uma personalidade internacionalmente reverenciada, que se opunha à ditadura militar”, destaca o texto.
Teresa salientou que, anos depois, o relatório da Comissão Estadual da Verdade confirmou que o assassinato do sacerdote teve cunho político. Para a petista, o episódio precisa ser relembrado para que jamais se repita. “Devemos ficar atentos para impedir que discursos e atos inflamados nos levem a momentos obscuros, como os vivenciados na época do Regime Militar”, concluiu.
Parlamentares comentaram o assunto. Na avaliação de João Paulo (PCdoB), “a morte do padre Henrique é um símbolo da atrocidade que a ditadura implantou no Brasil”. Já Laura Gomes (PSB) relacionou a memória com a atual situação do País. “O momento é propício para que não nos esqueçamos dessa tragédia. Com esse ‘desgoverno’ ditador, torturador e genocida, os riscos existem”, crê a socialista.