
LEGALIDADE – “Não sei o que aquele parlamentar quis sugerir, mas preciso dizer que aqui não praticamos justiça com as próprias mãos.” Foto: Roberto Soares
Presidente da Comissão de Segurança Pública da Alepe, o deputado Fabrizio Ferraz (PP) repudiou declaração feita pelo deputado estadual de Alagoas Cabo Bebeto (PTC-AL) sobre o assassinato de um policial militar daquele Estado no município de Ipojuca (Região Metropolitana do Recife). Em discurso na Reunião Plenária desta quinta (26), o parlamentar pernambucano classificou como “desrespeitosa” a forma como os órgãos de investigação foram tratados pelo legislador alagoano.
De acordo com Ferraz, Cabo Bebeto criticou o comando da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e disse que a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) estaria “desmoralizada”. O progressista defendeu a atuação das forças da segurança pública estadual na investigação do latrocínio e na prisão preventiva de um dos suspeitos do crime.
“Lamento profundamente a morte do soldado da PM de Alagoas Jonhson Bulhões da Rosa Silva, em Porto de Galinhas. No entanto, reforço que a apuração está sendo feita dentro da legalidade”, assegurou. “Não sei o que aquele parlamentar quis sugerir, mas preciso dizer que, em Pernambuco, não praticamos justiça com as próprias mãos. A justiça é feita pelo Poder Judiciário.”
O deputado aproveitou a oportunidade para declarar apoio à família da vítima e elogiar o trabalho dos policiais pernambucanos. “Todos os órgãos de segurança pública do Estado se comprometeram na captura dos meliantes envolvidos com o crime, além de terem prestado apoio às equipes de Alagoas, convidadas a acompanhar o andamento da ocorrência”, reforçou Ferraz.
Em apartes, os deputados Isaltino Nascimento (PSB), Antonio Coelho (DEM) e João Paulo (PCdoB) apoiaram o posicionamento do colega, somando críticas à postura de Cabo Bebeto. “Houve um ataque às instituições do nosso Estado. Esse tipo de discurso açodado é feito para conseguir aplausos fáceis”, afirmou Nascimento. “É essencial defender o profissionalismo, a ética de trabalho e o patriotismo das nossas forças de segurança”, alegou Coelho. “Nenhum parlamentar pode deixar de lado o bom senso durante seus pronunciamentos”, acredita João Paulo.