Teresa Leitão repudia declarações do ministro da Educação

Em 01/10/2020 - 14:10
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CRÍTICA – “Fala revela obscurantismo intelectual, como se transição para modelo de educação digital não fosse uma necessidade do mundo atual.” Foto: Evane Manço

Declarações feitas pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo na semana passada, receberam críticas da deputada Teresa Leitão (PT) na Reunião Plenária desta quinta (1º). Para ela, na primeira fala pública, o gestor mostrou-se contrário a diretrizes educacionais ao tratar das atribuições da pasta e da carreira de professor, além de revelar preconceitos na temática da orientação sexual.

A petista discorda da afirmação de que o Ministério da Educação (MEC) não tem responsabilidade sobre a retomada das aulas presenciais nem sobre a criação de condições para o ensino remoto. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) determina que, além de coordenar a política educacional, cabe à União exercer função normativa e supletiva em relação às demais instâncias”, pontuou, acrescentando que a fala revelou “obscurantismo intelectual, como se a transição para o modelo de educação digital não fosse uma necessidade do mundo atual”.

Outra afirmação de Ribeiro criticada pela parlamentar foi a de que “ser professor é quase uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”. “Educar é ter compromisso, é fazer escolha e, sobretudo, é atuar com dedicação e senso de responsabilidade. Repudio a forma desrespeitosa com que ele tratou os docentes. Esse erro não tem conserto”, lamentou.

Teresa rebateu, ainda, a frase de que a “homossexualidade não é normal, atribuindo-a a famílias desajustadas”. “Ele demonstrou uma visão distorcida e preconceituosa. Orientação sexual não é escolha nem doença. A educação para a igualdade de gênero é prevista tanto em lei quanto em documentos curriculares”, atestou a deputada.

Reabertura das escolas – No pronunciamento, a petista externou apoio aos docentes das redes pública e particular de ensino do Estado que estão em movimento de greve por serem contrários à reabertura das escolas. “Ainda não há consenso sobre a retomada das aulas. Amanhã haverá nova reunião dos professores com o secretário de Educação do Estado, Frederico Amancio, e espero que se encontre uma saída negociada”,  ressaltou Teresa.