
ATRASO – “Gestão municipal recebeu recursos suficientes para combater a Covid-19 e não deveria estar inadimplente com os servidores”, disse Feitosa. Foto: Jarbas Araújo
Cinquenta e cinco médicos contratados pela Prefeitura do Recife (PCR) para trabalhar por três meses em um hospital de campanha não teriam recebido salário. A denúncia, feita pelos profissionais ao Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), foi repercutida pelo deputado Alberto Feitosa (PSC), na Reunião Plenária desta quinta (13). Ele ainda criticou a postura da gestão estadual com relação à classe artística. Os questionamentos foram respondidos pelo líder governista, deputado Isaltino Nascimento (PSB): “Pernambuco é o segundo Estado brasileiro que mais investe recursos no combate à pandemia”, frisou.
Feitosa classificou o atraso no pagamento de salários como lamentável, porque, segundo ele, “a gestão municipal recebeu valores suficientes para o combate à Covid-19 e não deveria estar inadimplente com os servidores que contratou”. O parlamentar lembrou que a Prefeitura do Recife está sendo investigada pela Polícia Federal por duas compras realizadas nesse período. “Tudo leva a crer que as operações foram indevidas”, afirmou.
Para o deputado do PSC, esse seria apenas mais um exemplo da má administração praticada pelo prefeito Geraldo Julio. “Deixo aqui meu protesto contra a gestão municipal por agir sem planejamento e prejudicar pessoas”, pontuou.
Ainda no pronunciamento, Feitosa reforçou um apelo ao Governo do Estado, presente na Indicação nº 3692/2020, para que adote medidas necessárias para promover a arte e a cultura neste período de pandemia. Ele enfatizou que muitos artistas e técnicos estão passando necessidade porque não há demanda no setor.
O Poder Executivo poderia promover apresentações virtuais e pagar cachês, bem como realizar campanhas sociais em benefício do segmento, sugeriu o parlamentar. “Até agora, o Governo não se preocupou com os artistas. Pelo que sei, a única ajuda proposta foi a facilitação de empréstimos com carência de três meses.”

RECEITA – “Pernambuco é o segundo Estado brasileiro que mais investe recursos no enfrentamento ao novo coronavírus”, rebateu Nascimento. Foto: Jarbas Araújo
Em discurso no Grande Expediente, Isaltino Nascimento defendeu as ações do Poder Executivo Estadual e da Prefeitura do Recife. Na avaliação dele, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio “estão maiores hoje do que antes da pandemia”. Segundo o socialista, Pernambuco investiu 17,2% da Receita Corrente Líquida no enfrentamento ao novo coronavírus, ficando atrás apenas do Amapá, que aplicou 17,6%. O Recife fez, ainda, sete hospitais de campanha.
“Pernambuco não escondeu os dados. Estados que apostaram que a doença não seria verdadeira e foram na onda do presidente da República hoje estão pagando um preço alto, com uma grande quantidade de mortes”, argumentou.
O líder do Governo sugeriu a decretação de luto pelas 104 mil mortes e pelos mais de 3 milhões de infecções por Covid-19. Neste contexto, criticou o presidente Jair Bolsonaro por ter minimizado o vírus, ao referir-se a ele como “gripezinha”, e defendido o uso da hidroxicloroquina, mesmo sem eficácia comprovada. Também destacou que o Ministério da Saúde está sem médicos no comando das principais funções e lembrou que a proposta original de auxílio emergencial do Governo Federal era de R$ 200, sendo a majoração para R$ 600 aprovada pelo Congresso.
“Estamos vivendo um momento grave. Só quatro governantes de 198 países da ONU ainda questionam a pandemia; um deles é Jair Messias Bolsonaro. A principal responsabilidade pelas mortes no Brasil é do presidente da República, que nomeou um ministro interino sem nenhuma experiência na área da saúde”, disse o deputado do PSB, que citou ainda o atraso na liberação de recursos para os Estados.

DEBATE – “Maioria dos presentes concordou que não é hora para reabrir as escolas”, registrou Romário Dias, que preside a Comissão de Educação. Foto: Jarbas Araújo
Educação e Cultura – Ao tratar sobre a situação de artistas e produtores culturais, Nascimento informou que, por meio da Lei Aldir Blanc, Pernambuco deve receber cerca de R$ 140 milhões, cuja execução será dividida meio a meio entre a gestão estadual e as prefeituras. Ele observou que o Governo Federal foi, inicialmente, contra a norma que instituiu ações de renda emergencial, subsídio e financiamento para a área. “Esse não é um benefício dado pela União, é um direito. O Estado já está discutindo com o setor para que todos que nele atuam recebam os recursos.”
Também segundo o líder governista, Pernambuco destinou R$ 23 milhões em verbas próprias para a cadeia da cultura, de março a julho. Ele citou o pagamento dos cachês e serviços do Carnaval e os desembolsos do Funcultura. Sobre a retomada das atividades artísticas, comparou com a discussão realizada nessa quarta (12) pela Comissão de Educação sobre o retorno dos alunos às aulas presenciais. “A sociedade pernambucana questiona a volta das escolas, em razão da possibilidade de contaminação. Imagine uma festa ou um show”, ponderou.
No tempo destinado à Comunicação de Lideranças, o presidente da Comissão de Educação, deputado Romário Dias (PSD), destacou que o encontro foi muito proveitoso. “A maioria dos presentes concordou que não é hora para reabrir as escolas. Vamos elaborar um relatório e encaminhá-lo ao Governo do Estado”, disse.