Doriel Barros repercute pedido coletivo de impeachment do presidente

Em 21/05/2020 - 16:05
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ATO – Assinado por mais de 400 entidades da sociedade civil e partidos de esquerda, documento foi entregue à Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução/Roberta Guimarães

A apresentação, na manhã desta quinta (21), de um pedido coletivo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, foi destacada pelo deputado Doriel Barros (PT) na Reunião Plenária de hoje. Assinado por mais de 400 entidades da sociedade civil e partidos de esquerda como PSOL, PT, PCdoB (além de outras legendas sem representação no Congresso Nacional), o documento foi entregue à Câmara dos Deputados.

“A palavra de ordem é ‘Fora Bolsonaro!”, pois não há alternativa diante do mal que ele está fazendo ao País. Todos os dias, há um novo atentado deste Governo à vida e à democracia”, declarou o petista. Ele informou que o pedido de afastamento inclui, entre os crimes de responsabilidade que teriam sido cometidos por Bolsonaro, delitos contra a saúde pública em meio à crise do novo coronavírus.

“Enquanto chegamos à marca de mais de mil mortes por dia, temos como ministro uma pessoa sem experiência na área, o general Eduardo Pazuello. E continua firme a ideia de colocar os trabalhadores de volta às ruas”, lamentou. O parlamentar lembrou que o Governo Federal perdeu seu segundo ministro da Saúde, Nelson Teich (que pediu exoneração), no último dia 15, em meio ao avanço da Covid-19 no País.

Barros também condenou declarações recentes do presidente. Ao comentar as críticas ao incentivo do uso de medicações de efeito não comprovado, Bolsonaro afirmou que “quem é de direita toma cloroquina, e quem é de esquerda, tubaína”. Para o petista, a frase demonstra que o mandatário da República “não assume suas responsabilidades e faz piada com o sofrimento das pessoas”.

APARTE – João Paulo Costa também censurou atos de Bolsonaro: “Infelizmente, o presidente da República não tem dimensão para exercer o cargo”. Foto: Reprodução/Jarbas Araújo

Outro ponto abordado foi a acusação de interferência na Polícia Federal pelo presidente. “Destaco que essas denúncias não estão sendo feitas pela Oposição, mas por ex-aliados, como o ex-ministro Sérgio Moro e o empresário e suplente de senador Paulo Marinho”, pontuou. “Isso mostra o perfil de Bolsonaro. Não se trata de um louco, mas de alguém capaz de colocar em risco o respeito do povo pelas instituições democráticas para salvar sua pele e a de seus familiares.”

As críticas foram reforçadas pelos deputados João Paulo (PCdoB), José Queiroz (PDT) e Isaltino Nascimento (PSB). Este último revelou frustração com a reunião entre o presidente e os governadores brasileiros, realizada por videoconferência nesta manhã. “A expectativa era de que seria anunciada a data de liberação dos empréstimos aos Estados, aprovados no início deste mês pelo Senado e pela Câmara, mas isso não ocorreu”, lamentou o líder do Governo.

O deputado João Paulo Costa (Avante) também censurou a postura do mandatário da nação. “Infelizmente, o presidente da República não tem dimensão para exercer o cargo. Ele se elegeu com o antipetismo e não se preparou para governar para o País.”  No entanto, Costa ressaltou que não apoia o “Fora Bolsonaro”: “Eu torço para que o Brasil dê certo e que o Governo possa tomar o rumo e liderar, de fato, a nação”, expôs.

Agricultura familiar – Em aparte ao discurso de Doriel Barros, o deputado Antonio Fernando (PSC) lamentou que pequenos agricultores do Sertão ficaram de fora do auxílio emergencial. “Os pequenos produtores rurais deveriam, ao menos, receber o Seguro-Safra. Além disso, o auxílio emergencial deveria ser estendido, já que a pandemia parece estar longe do fim”, reivindicou.