Revolução 4.0 exigirá mudanças na educação, apontam especialistas

Em 25/11/2019 - 16:11
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ENCONTRO - Professores das áreas de Informática e de Gestão Pública da UFPE participaram de debate sobre o tema promovido por Frente Parlamentar. Foto: Nando Chiappetta

ENCONTRO – Professores das áreas de Informática e de Gestão Pública da UFPE participaram de debate sobre o tema promovido por Frente Parlamentar. Foto: Nando Chiappetta

Raciocínio computacional, design e criatividade, autonomia e colaboração. Essas são as capacidades profissionais exigidas pela Revolução 4.0, segundo o professor Alex Sandro Gomes, do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele participou, nesta segunda (25), do debate sobre os potenciais e desafios das transformações tecnológicas na educação realizado pela Frente Parlamentar sobre os Impactos da Quarta Revolução Industrial em Pernambuco, na Alepe.

O especialista alertou que são necessárias políticas públicas que definam e incentivem o desenvolvimento de capacidades que serão fundamentais no momento em que os jovens ingressarem no mercado de trabalho. Isso levaria a mudanças radicais no modelo atual de ensino, a exemplo do formato das salas de aula. “Os alunos têm que se levantar, manusear coisas, dialogar, negociar e, colaborativamente, resolver um problema”, exemplificou Gomes. “É preciso possibilitar o desenvolvimento de habilidades cognitivas que são essenciais para a vida adulta e não são apenas conceitos que estão nos livros: de comunicar, discordar, liderar”.

Docente de Gestão Pública da UFPE, Thiago Modenesi defende que a máquina é um instrumento complementar de aprendizagem, mas não substitui o papel do professor. Ele critica a elevação de 20 para 40% da carga horária máxima de ensino a distância em cursos presenciais na Educação Superior, feita pelo Ministério da Educação (MEC) ainda no Governo Temer. “Há gente que faz graduação a distância e ela é importante, porém, no contexto atual, o Brasil precisa primeiro universalizar o Ensino Superior e Básico para conseguir ter esse modelo como opção. Sem isso, corremos o risco de formar profissionais de segunda linha por não terem tido contato com outros seres humanos e dialogado mais”, avalia. 

TECNOLOGIA - Para Thiago Modenesi, máquina é instrumento complementar de aprendizagem, mas não substitui papel do professor. Foto: Nando Chiappetta

TECNOLOGIA – Para Thiago Modenesi, máquina é instrumento complementar de aprendizagem, mas não substitui papel do professor. Foto: Nando Chiappetta

O deputado João Paulo (PCdoB), que coordena a Frente, demonstrou preocupação com a educação brasileira em um “contexto global de extinção de empregos e aumento da concentração de renda”. “Há uma redução no número de postos de trabalho. Aumentam os requisitos e a exigência de novas habilidades. A educação nacional não está preparada para a formação desses quadros”, acredita. “O desafio da própria sobrevivência de milhões de trabalhadores em Pernambuco e no mundo é muito grande.” Para o parlamentar, tanto o Poder Público quanto o setor privado devem estar atentos para esse cenário de incerteza.

Tribuna – À tarde, João Paulo retomou o tema no tempo dedicado à Comunicação de Lideranças, quando registrou a contribuição do deputado Professor Paulo Dutra (PSB), relator do colegiado, para o debate. “Trouxe novas luzes ao período de fortes transformações tecnológicas e sociais que vivenciamos”, ressaltou o comunista.