Juntas registram Dia de Luta pela Descriminalização do Aborto

Em 30/09/2019 - 16:09
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PREOCUPAÇÃO - Para Jô, tema faz parte da vida de muitas mulheres brasileiras, apesar de ainda ser “tabu, motivo de medo, culpa e vergonha”. Foto: Roberto Soares

PREOCUPAÇÃO – Para Jô, tema faz parte da vida de muitas mulheres brasileiras, apesar de ainda ser “tabu, motivo de medo, culpa e vergonha”. Foto: Roberto Soares

Celebrado em  28 de setembro, o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto foi destacado pela deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), na Reunião Plenária desta segunda (30). Ela informou que o aborto é parte da vida de muitas mulheres brasileiras, apesar de ainda ser “tabu, motivo de medo, culpa e vergonha” no País.

Jô ressaltou que, segundo o Ministério da Saúde, quatro mulheres morrem por problemas decorrentes da interrupção da gravidez todos os dias no Brasil. “Apesar disso, o aborto ainda encontra obstáculos para ser encarado como uma questão de saúde pública, mesmo nas três condições permitidas pelo direito: em casos de estupro, quando há risco de vida à mulher ou anencefalia do feto”, observou.

A deputada informou também que o aborto inseguro já é a quarta causa de morte de mulheres no País – a maioria delas negras, que não têm como acessar serviços de saúde seguros. “Infelizmente, a questão não é prioridade dos entes públicos, embora a interrupção da gravidez, quando não leva à morte, deixa sequelas físicas e psicológicas, além do comprometimento na vida reprodutiva das mulheres”, salientou.

A psolista alertou que os que classificam o aborto como assassinato querem sustentar o discurso machista das forças conservadoras, que são predominantes no Brasil. “Há, inclusive, parlamentares trabalhando para aumentar a pena de mulheres que abortam.” Ela enfatizou, ainda, que as mulheres precisam ter autonomia sobre seus corpos e saudou as brasileiras que conseguem fazer suas próprias escolhas.