Felicidade se aprende? O professor Bruno Severo, coordenador do Núcleo de Atenção à Saúde do Estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ministra uma disciplina sobre esse tema. No Programa Em Discussão desta semana, ele explica por que é importante falar sobre isso no meio acadêmico e dá dicas para buscarmos ser mais felizes.

“A universidade é um reflexo da sociedade, que está doente. A gente precisa discutir não só a questão da felicidade, mas também o que causa tristeza”, acredita o docente da disciplina eletiva (não obrigatória) vinculada ao curso de Biomedicina. “Mas qualquer estudante da UFPE pode fazer requerimento de matrícula”, ressalta. São disponibilizadas 130 vagas por semestre.

Entre as dicas, o especialista orienta a não abusar das redes sociais. “Existem artigos científicos que mostram como isso pode ser prejudicial”, destaca. “O Instagram, por exemplo, pode fazer mal à saúde mental porque acaba mostrando algo que não é real. Coloco uma foto para ser reconhecido, para que as pessoas me aprovem e aquilo me faça bem.”

Severo ainda pontua que não existe pessoa 100% feliz. “A felicidade está lado a lado com a tristeza, a gente precisa dela também. Tem que mudar aquela fórmula: vou ser feliz se tiver aumento de salário, ou encontrar o amor da minha vida, ou fazer aquela viagem… Porque, a partir do momento que você cumpre o desafio, acaba empurrando sua meta de felicidade para frente”, observa.

“Freud diz que ‘a felicidade é problema seu’. Então não é algo constante: tem dias que você potencializa o que tem de bom, outros, aquilo de ruim. Várias questões urbanas, políticas, acabam consumindo nossa felicidade”, complementa o professor. “Lacan também coloca que, quando uma pessoa diz que está feliz, já é um bom caminho. Por maior que seja o problema, a gente tem que aprender a enfrentar as adversidades da vida e o autoconhecimento faz isso.”

Confira a entrevista na íntegra: