
OPINIÃO – “É um arrependimento oportunista, que nada tem de autocrítica”, avaliou o parlamentar. Foto: Roberto Soares
Declarações dadas pelo governador do Estado a uma rádio do Recife, na semana passada, mereceram críticas do deputado Edilson Silva (PSOL) durante a Reunião Plenária desta segunda (20). Em entrevista, Paulo Câmara disse que se arrependia de ter apoiado o presidente Michel Temer e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “É um arrependimento oportunista, que nada tem de autocrítica”, avaliou o parlamentar. “Uma grande manobra, que afronta a inteligência dos pernambucanos.”
Para Silva, Paulo Câmara recuou do apoio a Michel Temer depois que o então presidente interino “começou a empoderar forças políticas no Estado que ameaçavam o Governo”, citando a indicação, para ministérios, dos pernambucanos Mendonça Filho (Educação), Fernando Filho (Minas e Energia) e Bruno Araújo (Cidades), todos hoje na oposição ao governador.
“Paulo Câmara ficou isolado depois de ver uma construção à centro-direita dar com os burros n’água”, analisou. “Agora, o grupo político do governador procura a centro-esquerda, se dizendo arrependido. Temos a obrigação de fazer essa denúncia, em favor de um debate honesto e sincero”, afirmou.
Pesar – O deputado aproveitou o tempo na tribuna para registrar os sentimentos dele pelas mortes do ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, no sábado (18), e do vocalista da banda Torpedo, Deivison Kellrs, no domingo (19). “Estive no sepultamento de Deivison, lotado de fãs, cantando suas músicas”, descreveu Silva. Sobre o diplomata, acredita ter sido “uma figura importante no tabuleiro político internacional, que cumpriu um papel muito relevante”.