
DENÚNCIA – Deputados se reuniram com moradores de San Martin, que chamaram atenção para os problemas do local. Foto: Alepe
A Comissão de Meio Ambiente realizou, na manhã desta quarta (21), uma visita técnica ao bairro de San Martin, no Recife, para apurar o estado de conservação da Lagoa da Boa Ideia. Há pelo menos três décadas, os moradores denunciam os problemas do local.
A trabalhadora doméstica Maria Luiza da Silva, que vive na comunidade há 35 anos, relatou algumas dificuldades. “Aqui tem muita muriçoca, rato, barata e lixo. Também está aparecendo muita cobra, e a gente não sabe o que fazer”, conta. A vizinha dela, Mira Dalva, confirma a situação: “Tem iguana, codorna e, dizem, até jacaré”.
O vice-presidente do Movimento dos Amigos da Lagoa da Boa Ideia, Josué Valdemar, afirmou que a organização não governamental luta para resolver o caso desde 2012, sem sucesso. A revitalização da área seria fundamental para a prevenção de doenças. “Todos os dejetos de San Martin são jogados ali, sem nenhum tratamento. Isso gera doenças, como zika, dengue e leptospirose, na comunidade. Este lugar é praticamente abandonado pelo Poder Público”, criticou.
O cenário, porém, está mudando, de acordo com Antônio Machado, presidente do Movimento de Educação, Mobilização e Organização Popular. “Técnicos da Prefeitura do Recife, da Emlurb e, agora, os deputados da Assembleia Legislativa estão nos visitando. Já é meio caminho andado para as coisas acontecerem”, acredita.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Zé Maurício (PP), comprometeu-se a atuar em conjunto com a associação de moradores para solucionar a questão. “Vamos reunir a documentação que está de posse da entidade para resgatar o que já foi decidido anteriormente e traçar metas para o que poderá ser feito na Lagoa da Boa Ideia”, anunciou.
Trabalhadora doméstica, Alieze Quiteria reside em San Martin há dez anos e sonha com uma nova realidade. “Revitalizar a lagoa e ver a praça recuperada”, resume. Em 2012, o projeto de revitalização e reurbanização do local chegou a entrar no Orçamento Participativo do Recife. Mas, segundo os moradores da comunidade, nada foi feito desde então.