
DEBATE – Parlamentar lembrou relatos feitos durante audiência pública da Comissão de Cidadania, no Cabo de Santo Agostinho. Foto: Roberto Soares
Presidente da Comissão de Cidadania da Alepe, o deputado Edilson Silva (PSOL) repercutiu, na Reunião Plenária desta segunda (11), a audiência pública realizada pelo colegiado no último dia 6, na Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. A reunião discutiu a atuação de milícias no Complexo Industrial Portuário de Suape e a situação das famílias que vivem no entorno do empreendimento.
Conforme ressaltado pelo deputado, esse foi o terceiro debate promovido pelo colegiado na cidade e teve como objetivo verificar o andamento das ações encaminhadas nos últimos dois encontros, além de apurar novas denúncias. Segundo os depoimentos, tem havido destruição de casas e plantações, crimes ambientais, roubos, perseguições, impedimentos na realização de boletins de ocorrência, entre outras violações, com o propósito de forçar a saída dos moradores da região.
Na Reunião Plenária, Silva afirmou que os conflitos de natureza fundiária estão sendo tratados na Justiça e que o sistema de vigilância privada comete um “expediente criminoso” ao atribuir si próprio o papel de oficial de justiça, “executando ordens que passam por cima dos direitos fundamentais dos cidadãos e cidadãs”.
“Os depoimentos são dramáticos. São famílias que estão sendo desrespeitadas, plantações que estão sendo roubadas, porteiras retiradas. Até o território do quilombo, que possui estatuto jurídico diferenciado, está sendo violado”, frisou. Para Edilson, uma vez que o Complexo de Suape é uma empresa pública e seu diretor-presidente é nomeado pela gestão estadual, o governador deve ser responsabilizado pelas ocorrências. “As ordens brotam do gestor do Estado, que é o primeiro responsável por todas as atrocidades que estão acontecendo contra aquela população”, concluiu.