Dia dos Professores: Teresa Leitão pontua desafios recentes da categoria

Em 16/10/2017 - 17:10
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PESAR - Durante reflexão, parlamentar lamentou as mortes do ex-reitor da UFSC Luiz Cancellier de Olivo e da professora mineira Heley de Abreu Silva Batista. Foto: Roberto Soares

PESAR – Durante reflexão, parlamentar lamentou as mortes do reitor da UFSC Luiz Cancellier de Olivo e da professora mineira Heley de Abreu Silva Batista. Foto: Roberto Soares

O Dia dos Professores, celebrado no último domingo (15), ganhou destaque no pronunciamento da deputada Teresa Leitão (PT) na Reunião Plenária desta segunda (16). A parlamentar elegeu dois docentes para homenagear a categoria e, também, para refletir sobre os atuais dilemas da profissão: Luiz Carlos Cancellier de Olivo, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que cometeu suicídio após ser preso em virtude da investigação de um esquema de corrupção na instituição; e Heley de Abreu Silva Batista, professora que faleceu após tentar salvar alunos do incêndio provocado por um vigia em creche do município mineiro de Janaúba.

“O professor Cancellier não resistiu às humilhações de que foi vítima. Preso ainda em período investigatório, não teve direito sequer à visita espiritual, quanto mais à defesa de seu advogado”, resumiu Teresa. A parlamentar estendeu a reflexão para outras humilhações que atingem os profissionais da educação. “Quantos professores e professoras não são humilhados em seu cotidiano, submetidos a salários baixos, condições de trabalho precárias, síndrome de burnout (esgotamento profissional) e estão frustrados com a expectativa de não ser convocado para um concurso em que foram aprovados?”, pontuou.

A dedicação da professora Heley Batista também serviu de exemplo no discurso da petista. “Quantos profissionais não se desdobram para suprir lacunas dos entes governamentais, tirando de seus parcos salários dinheiro para comprar papel, lápis ou dar uma aula diferente?”, questionou, lamentando que a licenciatura não vem atraindo interessados em virtude da desvalorização da profissão. “A gente está em vias de um apagão em determinadas áreas de conhecimento porque a profissão, que é mãe de todas as outras profissões, não vem sendo mais atrativa”, acrescentou.

A parlamentar também se mostrou preocupada com os cortes orçamentários da educação, ressaltando que a categoria é uma das mais afetadas com as reformas trabalhista e previdenciária. Por fim, comentou sobre a “crise de autoridade” que vem afetando a área pedagógica. “A gente está vivendo uma política que quer que o ensino seja definido pelas famílias, e não por um projeto pedagógico. Isso distorce a concepção da relação entre escola e família”, explicou.

Em aparte, a deputada Terezinha Nunes (PSDB) parabenizou a parlamentar pelo discurso. “O suicídio do reitor da UFSC foi algo brutal, muito característico dos tempos de intolerância que o Brasil está vivendo”, disse a tucana, que criticou a penalização antecipada de Olivo. “Lamentavelmente, estamos vivendo um governo golpista de retirada de direitos e de desvalorização da atividade pedagógica. É um momento de sairmos da retórica e irmos para o embate, em defesa da educação”, complementou, também em aparte, o deputado Edilson Silva (PSOL).