
DIVERGÊNCIA – Oposição destacou o crescimento dos índices de assassinatos desde 2014. Já os governistas ressaltaram o esforço do Governo do Estado em reduzir a violência. Foto: Roberto Soares
Os resultados do Pacto pela Vida foram debatidos pelos parlamentares na Reunião Plenária desta terça (8), dia em que o programa completa 10 anos de seu lançamento. A Oposição destacou o aumento dos índices de homicídios, desde 2014, e avaliou que o Governo precisa retomar o diálogo com a sociedade. Já a bancada do Governo criticou o tratamento do tema pelos oposicionistas e ressaltou o esforço da gestão do governador Paulo Câmara a fim de reduzir a violência.
“Infelizmente, chegamos a esses 10 anos sem ter o que comemorar. Tivemos o quadrimestre mais violento desde a criação do pacto, com mais de dois mil assassinatos em Pernambuco em 2017”, afirmou o líder da Oposição, Sílvio Costa Filho (PRB). Ele pediu que a Assembleia Legislativa tenha um assento nas reuniões do programa. “Reafirmo nosso interesse em sentar à mesa com o governador Paulo Câmara para apresentarmos sugestões”, declarou.
Joel da Harpa (PTN), Edilson Silva (PSOL), Socorro Pimentel (PSL) e Teresa Leitão (PT) reforçaram o discurso de Costa Filho. Teresa ressaltou que o diálogo com a sociedade civil deveria ser retomado na gestão do Pacto pela Vida. “Esse programa é muito mais do que uma reunião semanal de monitoramento. Pressupõe a participação de outras partes no processo”, avaliou.
Durante o Grande Expediente, o líder do Governo, Isaltino Nascimento (PSB), frisou que a gestão “investirá mais de R$ 4 bilhões em segurança pública, dentro de um orçamento de R$ 30 bilhões”. Para o deputado, o Governo retomou investimentos e ajustou o sistema de promoções e gratificações para premiar os policiais por mérito. “O índice de homicídios em Pernambuco é uma nota destoante. Mas estamos trabalhando para mudar isso, para que depois possamos celebrar a redução desses números”, afirmou.
Nascimento lembrou que as reuniões do Pacto pela Vida contam com a participação da Defensoria Pública, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, entre outras instituições. Além disso, segundo ele, “nunca foi negado à Alepe espaço para participar dos encontros”. Ao mesmo tempo, o parlamentar criticou a possibilidade de diálogo direto do Governo com associações representativas de policiais militares, assim como a ideia de desmilitarizar a PM. Para ele, a desmilitarização pode causar perda do sentido de ordem e hierarquia na corporação.
“Para a Oposição, trazer novas viaturas, gratificações para quatro mil policiais e tantos outros investimentos em segurança não serve para nada. Só vai adiantar a retomada do diálogo com as associações. A argumentação da Oposição é frágil”, considerou, em aparte, o vice-líder governista Rodrigo Novaes (PSD).
Para Waldemar Borges (PSB), “já está claro que algumas entidades, como a Associação de Cabos e Soldados, não têm intenção de dialogar, mas apenas de fazer a política do ‘quanto pior melhor’”. Terezinha Nunes (PSDB) pediu, mais uma vez, que o tema não seja tratado de forma partidária.
No Tempo de Liderança, Edilson Silva avaliou que a ideia de desmilitarizar a PM foi apresentada de maneira equivocada por Isaltino Nascimento. “O fato de deixar de ser militar não quer dizer que vá haver suspensão da hierarquia e da ordem na polícia”, argumentou. “Além de hierarquia, é preciso haver liderança e autoridade moral. E essa autoridade é perdida quando oficiais têm aumentos muito maiores do que os praças, por exemplo”, pontuou.