
CONSEQUÊNCIAS – O deputado espera que a apuração dos supostos crimes não prejudique a confiança nos órgãos fiscalizadores e gere prejuízos ao agronegócio. Foto: Roberto Soares
Deflagrada pela Polícia Federal na última sexta (17), a Operação Carne Fraca, que investiga a comercialização, sem fiscalização sanitária, de alimentos produzidos em grandes frigoríficos, rendeu pronunciamento do deputado Zé Maurício (PP) durante a Reunião Plenária desta segunda (20). O progressista pediu “paciência e cautela com relação às informações divulgadas”, para que a apuração dos supostos crimes não prejudique a confiança nos órgãos fiscalizadores e gere prejuízos ao agronegócio.
“Precisamos apoiar os servidores públicos comprometidos com o trabalho sério e punir os responsáveis. Não é justo que, pela atuação de uma dezena de fiscais, paguem essa conta pecuaristas sérios e profissionais que cumprem as normas técnicas”, afirmou, defendendo punições severas caso comprovados os ilícitos. O parlamentar lembrou ter ocupado a função de superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Pernambuco, órgão a que estavam vinculados os fiscais presos na operação. “Felizmente nenhum estabelecimento em nosso Estado foi citado, o que significa que os servidores e empresários pernambucanos têm feito seu trabalho com responsabilidade”, frisou.
Em aparte, o líder do Governo, deputado Isaltino Nascimento (PSB), alertou para “questões políticas de fundo”, que “dividem entre dois partidos” a gestão do Mapa nos últimos anos. O socialista criticou discursos que “enaltecem a atuação da Polícia Federal quando lhe é conveniente e desconstroem essa atuação quando os interesses são feridos”. “Entre as conveniências do capital e o interesse da sociedade, a predileção do Governo Federal é pela primeira opção”, disse, propondo a organização de debate na Assembleia sobre o tema. Antônio Moraes (PSDB) também manifestou preocupação com o assunto. “A notícia é muito ruim para o Brasil. É preciso apurar com rigor”, afirmou.