Teresa Leitão comenta desfecho do processo de impeachment e defende luta pela democracia

Em 31/08/2016 - 12:08
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TRIBUNA - A parlamentar fez críticas ao governo interino e reprovou as motivações dos senadores favoráveis à destituição da gestora petista. Foto: Roberto Soares

TERESA – “A luta pela democracia tem de ser permanente, e esse processo não termina hoje”. Foto: Roberto Soares

A deputada Teresa Leitão (PT) antecipou-se à conclusão do julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), previsto para esta quarta (31), e declarou que “seja qual for o resultado, a luta pela democracia precisa continuar”. Da tribuna, a parlamentar fez críticas ao governo interino e reprovou as motivações dos senadores favoráveis à destituição da gestora petista. O líder do Governo na Assembleia Legislativa, Waldemar Borges (PSB), também registrou insatisfação com o processo.

“A democracia está por um fio”, asseverou Teresa Leitão, acrescentando que o afastamento da chefe do Poder Executivo provoca insegurança até mesmo para os prefeitos que serão escolhidos neste ano. “As eleições são um processo democrático, regido por uma legislação específica, em que se confrontam propostas. Mas o que garante que elas serão respeitadas, se agora estamos com a espada na cabeça?”, indagou.

A petista analisou que, desde a abertura do processo na Câmara dos Deputados, em abril, quando assumiu interinamente o então vice-presidente Michel Temer, “direitos dos trabalhadores foram retirados, recursos da educação foram subtraídos e riquezas nacionais foram entregues à exploração internacional”. Teresa Leitão elogiou a “coragem” de Dilma Rousseff em falar no Senado. “Como disse a presidenta, a luta pela democracia tem de ser permanente, e esse processo não termina hoje. Continuarei nas ruas com minha estrela no peito, com minha confiança cidadã, porque da democracia não abrimos mão. Não ao golpe de Estado”, protestou.

BORGES – “Um afastamento construído sobre argumentos jurídicos frágeis e mal arrumados”. Foto: Roberto Soares

 

No tempo destinado à Comunicação de Lideranças, Waldemar Borges fez coro ao posicionamento da deputada. O líder do Governo opinou que, apesar das “críticas profundas” que faz à gestão do PT, um processo de impeachment não pode ser aberto por mera desavença política. “O conjunto da obra deve ser julgado pelos cidadãos, nas eleições, e divergências políticas devem ser discutidas no campo da política”, enfatizou Borges, que ainda classificou como “desserviço à democracia um afastamento construído sobre argumentos jurídicos frágeis e mal arrumados”.