Ameaça de greve da Polícia Civil durante o Carnaval provoca debate no Plenário

Em 03/02/2016 - 18:02
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REIVINDICAÇÃO – Corporação critica o Estado por não enviar projeto de reformulação de carreiras. Foto: Giovanni Costa

 

O anúncio da paralisação dos policiais civis a partir das 0h do próximo sábado (6) motivou posicionamentos dos deputados Antônio Moraes (PSDB), Joel da Harpa (PROS) e Aluísio Lessa (PSB), na Reunião Plenária desta quarta (3). Os parlamentares demonstraram preocupação com a possibilidade de uma greve em pleno Carnaval, conforme votado pela categoria em assembleia na última terça (2), alegando descumprimento do acordo firmado com o Estado.

Moraes foi o primeiro a se posicionar, ainda no Pequeno Expediente. Ele fez um apelo público ao presidente do Sindicato da Polícia Civil de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, para que a corporação mantenha as atividades. “A população não merece isso numa época em que já se tem índices grandes de violência”, pontuou. “Temos a informação de que tudo que foi acordado será cumprido logo após o Carnaval, até o próximo dia 15.”

De acordo com a Polícia Civil, foi pactuado com o Governo do Estado o envio de um projeto de reformulação do Plano de Cargos e Carreiras da categoria ao Legislativo até 1º de fevereiro deste ano. No tempo destinado à Comunicação de Lideranças, o deputado Joel da Harpa (PROS) reforçou a posição da categoria e cobrou o cumprimento integral do acordo. “O Estado não cumpriu o principal dos sete pontos, que é aquele que trata da questão financeira”, observou.

O parlamentar informou que, nesta quinta (4), às 14h, os policiais civis sairão em caminhada até o Palácio do Campo das Princesas. Ele ainda demonstrou preocupação com a situação de policiais e bombeiros militares, que estariam aguardando as promoções prometidas pelo Estado até janeiro. “Além de as categorias não terem recebido aumento salarial em 2015, com a perspectiva de não poder negociar também em 2016, o Governo não mantém os acordos que fez em mesa de negociação, tratando a questão da segurança pública como se fosse irrisória”, criticou.

O governista Aluísio Lessa (PSB) negou que haja descumprimento. “O que está posto no documento está valendo, mas, na reunião, não se olhou o calendário para identificar que esta primeira semana teria apenas três dias. Quem está rasgando acordo são os policiais civis, e não o Governo, decidindo pela paralisação como forma de pressionar”, argumentou o socialista. “Greve no Carnaval não é contra o Estado, mas contra o povo de Pernambuco.” Segundo o parlamentar, ainda que o projeto de lei fosse enviado à Assembleia Legislativa nesta semana, o Plano de Cargos e Carreiras só deverá vigorar a partir de abril, conforme negociado com a categoria.

REGISTRO – Em seu discurso, Antônio Moraes também anunciou Voto de Aplausos para a Shineray do Brasil, nas figuras dos sócios pernambucanos da montadora, Paulo Perez e Marcos Menezes, por alcançarem a segunda posição nacional em vendas de motos no País. “Mesmo nessa crise, esses dois empresários demonstraram competência e capacidade, vencendo o desafio que é a economia do Brasil nos dias atuais pela incompetência daqueles que estão no Governo”, observou.