
PRIORIDADES – Articulado pelo deputado Rodrigo Novaes, grupo vai apresentar documento ao Governo Federal. Foto: Jarbas Araújo
Segunda região mais populosa do Brasil – com 30% dos habitantes do País –, o Nordeste é responsável por apenas 15% da geração de riqueza. Mudar esse quadro é o principal objetivo do Movimento União Pelo Nordeste, criado em março deste ano, e que conta com a participação de deputados pernambucanos e de outros estados. Nesta segunda (16), o grupo realizou a assinatura de documento, contendo sugestões discutidas ao longo dos últimos meses, que servirá de base para um texto final a ser apresentado para representantes do Governo Federal. A solenidade foi presidida pelo deputado Miguel Coelho (PSB).
Elaborado com apoio da Consultoria Legislativa da Assembleia, o documento contém sete eixos que serão prioridade nesse debate regional: Capital Humano e Qualidade de Vida; Empreendedorismo; Infraestrutura; Promoção do Investimento Privado; Ciência, Tecnologia e Inovação; Meio Ambiente; e Integração Regional. Esses temas serão discutidos durante o I Fórum União Pelo Nordeste, previsto para o início do próximo ano.
Apontado como articulador do movimento, o deputado Rodrigo Novaes (PSD) apresentou demais assuntos a serem debatidos pelo grupo. Entre eles, o fortalecimento das agências de empreendedorismo; a criação de um fundo de financiamento da infraestrutura regional; a conclusão da transposição do Rio São Francisco; o combate ao avanço da desertificação; e a reestruturação do aparelho político, institucional e administrativo para o desenvolvimento do Nordeste. “Nosso objetivo é reunir lideranças políticas em torno dessa pauta para o desenvolvimento do Nordeste. Queremos construir um plano permanente para a região”, afirmou.
De acordo com Novaes, o movimento tem a missão de ajudar a corrigir o déficit histórico que a União tem com os nordestinos. “Até porque, quando tudo vai bem, o Nordeste vai mal. E quando tudo vai mal, imagine só como está o Nordeste”, refletiu. O parlamentar criticou, ainda, a atual situação de órgãos como Codevasf, Dnocs e Sudene.

ENCONTRO – Presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, em debate com parlamentares de outras assembleias nordestinas. Foto: Jarbas Araújo
O presidente da Assembleia, deputado Guilherme Uchoa (PDT), ressaltou a importância do movimento e elencou dois assuntos que considera importantes nesse debate: a viabilização da Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco: “O recurso necessário para essas obras, que podem acabar com o sofrimento do povo nordestino, não é tão significante ao ponto de ser capaz de quebrar o País. Falta mesmo é vontade política de fazer”, criticou.
A questão da água no Nordeste foi abordada também pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino (PSB). “Bastou a ameaça de falta d’água em São Paulo para encontrarem solução técnica e financeira. Enquanto isso, o Nordeste sofre há séculos. Queremos tratamento igual entre as regiões”, frisou. O ato contou também com representantes de outras assembleias nordestinas: Adolfo Viana (PSDB-BA), Anísio Maia (PT-PB), Dudu Holanda (PSD-AL), Fernando Furtado (PCdoB-MA), Jeová Campos (PSB-PB) e Luciano Simões (PMDB-BA).
Ao final do encontro, Miguel Coelho divulgou que o próximo passo do movimento será uma reunião com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que deverá ocorrer nas próximas semanas. “Também vamos enviar cartas com nossas demandas a senadores, aos presidentes do Congresso Nacional e aos Ministérios da Agricultura e da Integração Nacional”, acrescentou.