
PRESENTE – Filho do artesão entregou réplica da escultura Caçador de Gatos Maracajá, de Vitalino. Foto: João Bita
A Assembleia Legislativa prestou uma homenagem aos 100 anos da arte do barro em Caruaru, nesta terça (1). A Reunião Solene exaltou o valor cultural e econômico da atividade e fez um tributo especial ao seu precursor, Mestre Vitalino. Presidindo a cerimônia, Lula Cabral (PSB) enfatizou que as peças trabalhadas em barro projetaram Caruaru para o Brasil e para o mundo, e até hoje garantem o sustento de centenas de famílias de artesãos, sobretudo no Alto do Moura, onde Vitalino produziu e difundiu sua arte. “Os oleiros transmitem nas esculturas os mais variados aspectos dos costumes e tradições dos pernambucanos. O ofício desses mestres traz encanto aos apreciadores da arte popular”, expressou.
Durante a celebração, houve apresentação musical de Anderson do Pífano e Banda Zé do Estado, e uma encenação dos atores do espetáculo “O Auto das Sete Luas de Barro”, dirigido por Sebastião Alves, o Seba. Também foi exibido o vídeo “Deus do barro”, do cantor e compositor Petrucio Amorim.
Autora da homenagem, Raquel Lyra (PSB) lembrou a trajetória de Vitalino, que começou seus trabalhos em 1915. “Há cem anos, o mestre foi apresentado a um mundo novo. Caruaru conheceu os bonecos de um jovem que ultrapassaria fronteiras. Este legado precisa cada vez mais ser discutido, conhecido e preservado”, discursou.
Severino Vitalino, filho do artesão, entregou à deputada uma réplica feita por ele da escultura Caçador de Gatos Maracajá, que foi, segundo ele , a primeira peça de arte figurativa do mestre. “É uma alegria levar essa história adiante. Agradeço à Casa pelo reconhecimento da nossa cultura”, disse.
Presidente da Associação dos Artesãos e Moradores do Alto do Moura, Aldir José da Silva recebeu uma placa comemorativa da Assembleia. Ele aproveitou a oportunidade para pedir apoio à luta da entidade pelo reconhecimento da localidade, por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio material e imaterial do Estado.
“Vale lembrar que são mais de cem anos da arte figurativa com Vitalino, mas que os pais dele já faziam as peças utilitárias. Essa arte não vai morrer”, frisou.