
APROVAÇÃO – Autor da lei, o deputado Professor Lupércio acredita que “os pais estão vendo a medida com bons olhos”. Foto: Rinaldo Marques
Disputar a atenção dos alunos com smartphones, tablets, laptops e MP3 players deve deixar de ser um problema para os educadores em Pernambuco. Pelo menos é o que pretende a Lei nº 15.507/2015, em vigor desde o último dia 22 de maio. A norma proíbe o uso de celulares e equipamentos eletrônicos nas salas de aulas, bibliotecas e outros espaços de estudo nas instituições de ensino, tanto públicas como particulares.
Autor do projeto, o deputado Professor Lupércio (SD) explicou que a ideia surgiu de situações que vivenciou como educador e como aluno. “Infelizmente, o uso desses aparelhos estava desenfreado. O docente ficava até inibido de reclamar porque não estava amparado por nada”, avaliou. O parlamentar destacou ainda a aprovação da proposta por unanimidade nas comissões e no Plenário. “E tenho certeza de que muitos pais estão vendo essa lei com bons olhos.”
A nova legislação estadual prevê o uso dos aparelhos apenas para aplicações pedagógicas e com prévia autorização. Em caso de desobediência, indica que a diretoria deverá adotar medidas previstas no regimento ou nas normas de convivência escolar. Também cabe à instituição conscientizar os estudantes sobre o tema e divulgar a proibição, com afixação de avisos em locais visíveis.
A professora de Português do Ginásio Pernambucano Fernanda Vasconcelos disse que a restrição ao uso de equipamentos eletrônicos já consta na cartilha normativa da instituição. Para ela, a regra dá respaldo aos docentes, mas não se deve ignorar uma ferramenta tão presente no cotidiano dos jovens. “Eu permito que eles façam pesquisas no celular em sala de aula, por exemplo, com uma justificativa pedagógica”, contou. Ela lembrou também que “a escola orienta, mas os limites devem começar na família”.
A estudante do 3º ano do Ensino Médio, Rafaela Medeiros, salientou que algumas situações contribuem para que os equipamentos eletrônicos sejam malvistos pelos educadores. “Muita gente escuta música com fone de ouvido e acaba perdendo o crédito com o professor. É preciso haver uma confiança recíproca”, defendeu. A jovem garantiu que só utiliza o celular na escola em casos especiais. “Geralmente para falar com minha mãe. Acho que o mais importante é o aluno ter consciência e não usar o aparelho em sala de aula”, pontuou.