Porto de Galinhas sedia encontro para debater agressões ao ecossistema

Em 27/04/2011 - 00:04
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A Praia de Porto de Galinhas, um dos principais destinos turísticos do Brasil, passa por sérios problemas ambientais e de infraestrutura. O assunto foi discutido, ontem, em audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e solicitada pelo deputado Daniel Coelho (PV), no auditório do Hotel Armação, município de Ipojuca.

O vídeo Porto de Galinhas: o que fazer?, produzido pelo Grupo de Ação Jovem, entre os dias 21 e 25 deste mês, foi exibido durante a reunião. Nele, as principais dificuldades enfrentadas pelos moradores e turistas, a exemplo da falta de saneamento básico, do excesso de ambulantes e de lixo espalhado, além dos impactos causados com a instalação do Complexo Portuário de Suape.

O empresário Marco Aurélio Brasileiro, proprietário de uma pousada, há 14 anos, cobrou o controle do crescimento demográfico e mostrou preocupação com o arrendamento de algumas pousadas da localidade. Para ele, a questão de Suape tem que ser tratada com seriedade. “Estão trocando turistas por operários”, lamentou. Sobre o assunto, o secretário de Turismo de Ipojuca, Diego Jatobá, informou que 14 pousadas foram notificadas e podem até perder o alvará de funcionamento. “Existem normas que disciplinam o setor e precisam ser cumpridas” explicou.

Representante da rede hoteleira de Porto de Galinhas, Kiki Zanai classificou o saneamento, a coleta seletiva e a poluição visual como os três principais problemas. Já para Fabiane Onório, do Movimento Ambientalista, o que acontece é um crime contra a humanidade. “Suape é o maior problema ambiental e precisa ser fiscalizado”, ressaltou. Ela cobrou ainda um planejamento habitacional.

De acordo com o Secretário de Meio Ambiente de Ipojuca, Erivelto Lacerda, estão em construção 520 casas, no bairro de Camela; e outras 1.200, em Nossa Senhora do Ó. Ainda este mês, também será lançada a Campanha Educativa Blitz Ambiental, a fim de conscientizar à população sobre a importância da coleta seletiva.

A preservação dos recifes de corais e das piscinas naturais preocupa. Segundo o representante da Associação dos Jangadeiros, Armando Júnior, houve a redução de 112 para 83 jangadeiros e todos buscam sustentabilidade. Eles atendem ao Zoneamento Ecológico Costeiro do Litoral Sul para o Controle Ambiental. “Hoje, existe ordenamento para a visitação das piscinas naturais. São apenas seis pessoas por jangada e elas passam, no máximo, 20 minutos na bancada de corais” informou.

A segurança pública foi mais um tema abordado. De acordo com o delegado Sérgio Ricardo Vasconcelos, chefe da seccional que responde pelas delegacias das praias do Litoral Sul, está sendo criado um polo de segurança integrada, além da instalação de câmeras de monitoramento. O coordenador do Litoral, José Othon de Araújo, apresentou um modelo de fiscalização, que disciplina os barraqueiros, ambulantes e artesãos, deve ser implantado no próximo mês. O representante da Prefeitura de Ipojuca, Salviano Rufino, assegurou que “o Executivo municipal tem trabalhado para melhorar”.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente, o deputado Sebastião Rufino (PSB) definiu a reunião como “proveitosa”. “Vamos elaborar um relatório e encaminhar aos Governos estadual e municipal com as reivindicações”, informou.

Para Carlos Santana (PSDB), “foi uma oportunidade para ouvir a população e a Assembleia tem a função de intermediar o fim do impasse”. De acordo com Daniel Coelho, o objetivo do encontro foi alcançado. “Vamos acompanhar os desdobramentos dessa audiência, que podem se transformar em requerimentos ou projetos de lei”, disse.