Festa das Marocas ganha status de patrimônio

Em 28/11/2009 - 00:11
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Criada no início da década de 70, por Maria José Lima, Zélia Franklin e Conceição Augusta, a Festa das Marocas, realizada em Belo Jardim, Agreste do Estado, começou quando essas belojardinenses improvisaram um pequeno evento de rua inspirado no cenário da novela Redenção. A obra de ficção, exibida pela extinta TV Excelsior, de maio de 1966 a maio de 1968, contava a história de um jovem médico, Fernando Silveira, que chega à cidade de Redenção e desperta paixão em três moças: Lola; a malvada Marisa; e a filha do sapateiro Carlo, Ângela, com quem se casa.

A festa, inspirada na rotina das “mexeriqueiras” que, nas janelas, viviam falando da vida alheia, tornou-se Patrimônio Cultural e Imaterial de Pernambuco. A iniciativa foi viabilizada a partir do Projeto de Lei n° 964/09, de autoria do deputado Augusto Coutinho (DEM), que deu origem à Lei nº 13.842, sancionada em 14 de agosto de 2009, pelo governador Eduardo Campos.

“Há 39 anos, o evento congrega praticamente toda a população da cidade. Belo Jardim se transforma em um grande centro de música e cultura popular. A comemoração, também conhecida como Festa da Redenção, atrai, anualmente, milhares de pessoas de várias regiões de Pernambuco”, lembrou Coutinho, na justificativa da proposição.

Para o parlamentar, a Festa das Marocas cumpre o papel de afirmar a identidade do município e do Estado. “Não é mero entretenimento. Ao contrário, dada as suas quase quatro décadas de realização ininterrupta, firmou-se como o maior evento social da localidade. Pode-se dizer que, em Belo Jardim, a Festa é mais esperada e comemorada que o Carnaval”, acrescentou.

São exemplos de patrimônio imaterial os saberes, modos de fazer, formas de expressão, celebrações, festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições.