
A possibilidade de o adolescente Marciano Menezes da Silva, 15 anos, de Floresta, no Sertão, tornar-se o primeiro brasileiro a sobreviver ao vírus da raiva, graças ao tratamento utilizado pelos médicos do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no Recife, motivou, ontem, o pronunciamento do líder do Governo na Casa, deputado Isaltino Nascimento (PT).
O parlamentar solicitou a realização de uma reunião especial para destacar o tratamento e apresentou Voto de Aplausos aos médicos responsáveis pelo caso: Vicente Vaz, Marciano, Gustavo Trindade e Ana Flávia Azevedo, coordenadores da UTI de Doenças Infecciosas do HUOC. “Pernambuco entra na literatura médica mundial com um novo procedimento que permite a cura de pacientes com raiva humana”, comemorou.
A experiência dos infectologistas seguiu o protocolo do médico americano Rodney Willoughby, que curou uma jovem de 15 anos, em 2004. Os médicos do HUOC usaram o anestésico Ketamina com a Amantadina. Juntos eles diminuem o metabolismo do cérebro e combatem movimentos anormais. “A caixa do Amantadina custa apenas R$ 11,00”, informou Nascimento, acrescentando que o Ministério da Saúde preparar nova orientação sobre o tratamento da raiva humana, a partir da experiência pernambucana.
“Vaz, em entrevista à imprensa, disse que, antes, sedava os doentes e esperava a sua morte”, comentou o petista, acrescentando que, nos 12 casos de raiva acompanhados por Vaz, nenhum doente ultrapassou dez dias com vida. Dos 15 pacientes em todo o mundo submetidos à terapia, apenas dois sobreviveram. O pernambucano pode ser o terceiro.