
Verificar o funcionamento e as instalações da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) foi o objetivo da Comissão de Cidadania da Assembléia Legislativa que se deslocou, na manhã de ontem, até a sede do órgão, localizada na Rua Benfica, na Madalena. A visita, solicitada pelo Conselho Tutelar do Estado, teve o intuito de identificar os problemas e sugerir alternativas para ampliar o atendimento especializado para o Interior do Estado. Atualmente, a GPCA tem apenas uma unidade em Pernambuco que conta com duas delegacias. Ambas atendem apenas à Região Metropolitana do Recife.
O colegiado foi recebido pelo delegado Fábio Galdêncio, que apresentou um balanço das atividades da GPCA nos últimos anos. Ele lembrou que a unidade foi a primeira delegacia especializada da criança a ser fundada no Brasil, em 1994.
Na época, eram mais de 300 policiais. Atualmente, entretanto, são menos de 150 profissionais. O delegado também chamou a atenção para a situação das viaturas.
Dos 20 automóveis, oito estão sem funcionar. “É preciso aumentar o número de delegacias, qualificar o policial para o atendimento especializado e melhorar a estrutura física, tendo em vista que a GPCA presta serviço policial, social e psicológico”, afirmou o delegado.
Segundo os dados apresentados pela GPCA, anualmente, são registrados cerca de quatro mil boletins de ocorrência. Só nos três primeiros meses deste ano, foram 1.192 casos lavrados, incluindo jovens que cometeram delitos e crianças vítimas de abusos sexuais, maus-tratos e exploração. “Os números são ainda mais assustadores, pois os casos ocorridos no Interior do Estado, poucas vezes, chegam ao nosso conhecimento. Muitos são registrados nas delegacias comuns dos municípios, onde faltam profissionais que conhecem o Estatuto da Criança e do Adolescente e que, portanto, são orientados a não expor a vítima a constrangimentos”, destacou Galdêncio.
Para a presidente da Comissão de Cidadania, deputada Terezinha Nunes (PSDB), a situação da GPCA é preocupante. “É preciso descentralizar o serviço e melhorar a estrutura física e operacional para atender à demanda crescente no Estado”. A parlamentar afirmou que enviará um ofício à Secretaria de Defesa Social detalhando as constatações. “Vamos pedir providências ao secretário de Defesa Social. A principal proposta é a regionalização, pelo menos em pontos estratégicos de violência no Estado”, enfatizou a parlamentar.