Com palestra do deputado federal Ney Lopes (PFL-RN), atual presidente do Parlatino Americano, a Assembléia Legislativa dedicou o Grande Expediente Especial de ontem aos assuntos de integração continental e, mais particularmente, ao Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul). Autor do requerimento que deu origem ao debate, o deputado Manoel Ferreira (PP) lembrou que o Poder Legislativo de Pernambuco não poderia continuar à margem da importância que o Estado assume no contexto internacional, sobretudo, quanto ao intercâmbio comercial que mantém com países do Mercosul, África, Ásia e Europa.
Ferreira, que se tornou o primeiro presidente da Comissão Permanente de Negócios Internacionais e Assuntos de Interesse Latino-Americano, criada no mês passado, na Alepe, destacou o empenho do presidente Romário Dias (PFL) e de toda a Mesa Diretora para que a comissão se tornasse uma realidade. “Para inserir Pernambuco nessa realidade de integração, estamos preparando uma agenda de debates e ações com outros órgãos, visando promover o intercâmbio internacional, realizar visitas recíprocas e oferecer subsídios, com o objetivo de atrair mais investimentos e ajudar a aumentar nossa pauta de exportações”, ressaltou.
O líder do Governo e vice-presidente da comissão, deputado Bruno Araújo (PSDB), recordou que, em 1998, após contato com o Ministério das Relações Exteriores, lançou a idéia de uma comissão de assuntos internacionais, que começou como temporária e, este ano, tornou-se permanente. “Já naquela época, ajudamos a fortalecer a candidatura de Fernando de Noronha para que se tornasse patrimônio cultural da humanidade”, lembrou.
O presidente do Parlatino destacou a importância de a Alepe ter uma comissão específica para tratar de assuntos internacionais. “No mundo globalizado e com as relações humanas aproximadas pela Internet, é impossível e injustificado um colegiado político não ter a preocupação com fatos internacionais, que, cada vez mais, têm a ver com as realidades econômicas regionais”, afirmou Lopes. Ele sugeriu que, além da participação do Brasil no Mercosul, que é mais voltado para os Estados do Sul e Sudeste, deve-se trabalhar para a formação do Mercado Comum do Cone Norte (Merconorte). “Precisamos ampliar as oportunidades de intercâmbio comercial com países vizinhos, como a Bolívia, Venezuela e Colômbia”, destacou. Lopes também defendeu um debate mais amplo sobre a participação do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
