A Comissão de Desenvolvimento Econômico promoveu, ontem, uma audiência pública visando reforçar a união de forças políticas para garantir a instalação de uma refinaria de petróleo, no valor de US$ 2 bilhões, no Complexo Portuário de Suape. A proposta do presidente da colegiado, deputado Lula Cabral (PMDB), de criar uma agenda de mobilizações para assegurar a articulação necessária pró- refinaria foi bem acolhida por todos os presentes.
Como palestrante, o deputado federal e presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Armando Monteiro Neto (PTB), voltou a defender a implantação da refinaria no Estado. Lembrou que ela vai “proporcionar amplas possibilidades aos fornecedores locais de produtos e serviços especializados, consolidando o Complexo Industrial Portuário de Suape”.
Já Lula Cabral salientou as várias campanhas já realizadas para a vinda da refinaria e que os contatos recentes entre o Governo de Pernambuco e a Petróleos da Venezuela (PDVSA) podem representar a realização de um “grande sonho” que induzirá o desenvolvimento do Estado. “Tudo depende da capacidade de união para cobrarmos a refinaria”, afirmou.
Monteiro ainda fez um histórico da luta para trazer a refinaria, lembrando que, em 1954, o Padre Louis Joseph Debret, ao lado de outros estudiosos, produziu documento para o Governo Estadual demonstrando a viabilidade de Pernambuco ser escolhido para o empreendimento. “Portanto, meio século decorrido, e a batalha ainda não está ganha”, ressaltou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, Djalma Paes (PT), concordou com a opinião de Armando Monteiro de que o momento político é muito favorável a Pernambuco, “não apenas pelo fato de o presidente Lula ser pernambucano, mas pelas chances de unidade política”. “Já que temos as melhores condições técnicas e geográficas, precisamos fazer valer os critérios técnicos”, afirmou.
O líder do PSDB, deputado Pedro Eurico, lembrou que Pernambuco “vive de utopias negativas, como a refinaria, e lembrou que a Ferrovia Transnordestina é uma utopia muito mais antiga, pois remonta ao Império”. “Neste debate, falta a presença da Petrobrás, presidida por um sergipano, que é notória inimiga do nosso Estado”, completou Eurico, defendendo a politização da discussão para se cobrar uma posição do Governo Federal.
O deputado Ciro Coelho (PFL) destacou a importância do projeto, mas chamou a atenção para o potencial de desenvolvimento do Vale do São Francisco. “Temos grande concentração no Grande Recife e um enorme potencial a ser explorado no Sertão”, salientou o parlamentar. Já o deputado Sílvio Costa (PMN) cobrou a ausência de um representante do Governo do Estado e lembrou que o tema exige uma agenda permanente.