A deputada Ceça Ribeiro (PT) ocupou a tribuna para falar sobre a Reforma Agrária e a situação dos acampados e assentados em terras do Estado. Segundo ela, Pernambuco tem hoje 35 mil famílias acampadas à espera da reforma agrária.
“Durante muito tempo, o poder e o Governo estiveram nas mãos de alguns poucos que usufruíram da riqueza deste País sem pensar na maioria, que, a cada dia, ia sendo excluída sem poder participar da riqueza mal distribuída. O Brasil parou de crescer e as condições de vida do povo foram piorando, levando-os à pobreza e à miséria absoluta”, declarou.
A deputada falou mais uma vez sobre o incidente ocorrido no Engenho Prado, onde, segundo ela, foram destruídas roças, criação de peixes e envenenadas águas de cacimba e lagos. “Isso é ou não é violência? Ou violência ocorre apenas quando é contra o patrão?”, questionou, posicionando-se contra o ocorrido e defendendo a urgente necessidade de se fazer a reforma e distribuição de terras.
Em aparte, o deputado Maviael Cavalcanti (PFL) disse discordar da crítica da petista ao modelo de Reforma Agrária defendida pelo Governo Lula. “Creio que o presidente Lula tem razão quando decide dividir a terra depois de capacitar os agricultores. A maior causa do homem abandonar a terra é a falta de preparo técnico, de orientação, de recursos para que possa utilizar a tecnologia no campo. Não contesto sua indignação contra esses atos violentos, também sou contra isso, mas discordo sobre o que é Reforma Agrária e como deve ser feita”, disse o deputado, sendo rebatido por Ceça. “Eu não estou contestando o Governo Lula, mas dizendo que o Governo que V.Ex. apoiou não fez a Reforma Agrária do jeito que deveria ser feita, que é como Lula está fazendo agora”, esclareceu.
“Felizmente, o Brasil toma outro rumo, com muita dificuldade, é claro, mas não se consertará, em um mandato apenas, o que levou anos e anos sendo destruído.
Insatisfação teremos, caras feias veremos, mas as mudanças serão necessárias para construirmos uma outra história neste País”, concluiu.