O deputado Alf (PDT) defendeu, ontem, a suspensão da cobrança da taxa de esgoto pela Compesa “até que a empresa preste um bom serviço”. Ele justificou a solicitação, apresentando um relatório sobre o sistema de esgoto da Região Metropolitana do Recife. De acordo com ele, todos os subsistemas de tratamento de água (Janga, Peixinhos, Cabunga e Sul) apresentam algum tipo de problema como estações de tratamento ou elevatórias desativadas.
Alf citou como exemplo a subestação do Janga, que tem sete estações de tratamento, porém, duas se encontram fora de operação e três, das 22 elevatórias, apresentam deficiências. Ele denunciou também que apenas 21% das residências estão interligadas à Compesa e 77% da população não têm acesso à rede de tratamento. “Se a maior parte da população não usufrui do serviço e os 21% que têm são mal atendidos, então não há motivos para a cobrança da taxa de esgoto”, disse. O deputado alegou ainda que muitos esgotos são lançados nos rios, litoral ou correm a céu aberto, poluindo o meio ambiente e provocando doenças.
Em aparte, o deputado Izaias Régis (PTB) apontou a falta de saneamento como o responsável pelo surto de hepatite no conjunto da Cohab, em Garanhuns. O deputado Antônio Figueirôa (PMDB) também mostrou-se preocupado com a falta de escoamento de água no Recife, “que fica alagado com as fortes chuvas”.
A deputada Ceça Ribeiro (PT) lamentou o descaso com o saneamento e com a saúde pública. “Esgotamento sanitário é essencial”, defendeu. Já o deputado Lourival Simões (PV) falou das dificuldades financeiras do Estado e da parceria com o Governo Federal para execução de projetos na área. “Queremos atingir 80% de cobertura na Zona da Mata e 55% na Região Metropolitana”, concluiu Simões.