A vice-presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, deputada Teresa Leitão (PT), lembrou, ontem, que os trabalhadores em educação das três de ensino estadual, municipal e particular de cidades como Recife, Olinda e Camaragibe estão em greve. Ela observou que o momento é, preocupante, devido à situação crescente de perdas de benefícios e achatamento salarial, sendo o caso mais crítico o da rede pública estadual.
Como ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), Teresa lembrou que o índice de 46,71% de reposição salarial reivindicado pela rede estadual é muito maior do que os pretendidos pelas outras redes de ensino (18,54%, particular; 17,46%, rede municipal do Recife e 12%, rede municipal de Olinda) em razão do “achatamento salarial promovido pelas administrações estaduais, agravado pelas gestões do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB)”.
“Conclamo esta Casa a ouvir o grito de alerta desta greve, para além do momento temporal que ela venha a ocupar e solicito que seja constituída uma comissão suprapartidária de deputados, a fim de contribuir na intermediação de uma solução negociada que seja positiva para os trabalhadores da educação, possível para o Estado e, sobretudo, benéfica para os estudantes das escolas públicas de Pernambuco”, destacou a deputada.
Teresa lembrou que a pauta apresentada pelo Sintepe apresenta reivindicações antigas dos trabalhadores e, mesmo assim, os secretários da Educação alegam que precisam de tempo para fazer “estudos profundos”. Para a parlamentar, parece “brincadeira de mau gosto”. Ela criticou o chefe da Assessoria Especial do governador, Dorany Sampaio, por ter afirmado que “uma educação mal gerenciada causa problemas, mas não mata ninguém; educação é importante, mas como não compromete vidas, as exigências maiores são segurança e saúde”.
De acordo com Teresa, “é lamentável constatar que, para ter acesso a um direito inalienável de cidadania, a população tenha que abrir mão de outro direito”. Os líderes da Oposição, Sérgio Leite (PT) e do PDT, José Queiroz, e, ainda, o quarto-secretário, Nelson Pereira (PCdoB) concordaram com a sugestão de Teresa Leitão. Eles se colocaram à disposição para participar da comissão na perspectiva de contribuir, a fim de encontrar soluções para os impasses entre patrões (Estado, prefeituras e donos de escolas) e professores em greve.
Presidindo a reunião, o deputado Sebastião Rufino (PFL) afirmou que a comissão deve ser aberta e espera que contribua para o entendimento entre as partes.