A Comissão de Defesa do Meio Ambiente irá acompanhar, junto aos municípios da Região Metropolitana e do Litoral do Estado, a realização do Projeto Orla, financiado pelo Governo Federal. O projeto está sendo implantado em Pernambuco pela Companhia Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH) e visa o planejamento de ações integradas e voltadas para o desenvolvimento sustentável dos municípios.
O colegiado realizou, ontem, uma audiência pública para que os técnicos da CPRH detalhassem, aos parlamentares e aos representantes das 21 localidades envolvidas no programa, a metodologia e as ações que serão implementadas.
“Essa foi a primeira discussão. Vamos realizar audiências em cada um dos municípios litorâneos e discutir o assunto de forma individual, escutando a população e os Governos Municipais. Queremos acompanhar todo o processo de implantação desse projeto e dar andamento na execução das ações, numa forma de dar continuidade ao nosso trabalho de combate à degradação ambiental e na defesa do equilíbrio do ecossistema”, informou o presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Alf (PDT). Participaram ainda da reunião as deputadas Ana Cavalcanti (PP), Ceça Ribeiro (PT), Ana Rodovalho (PSC) e Dilma Lins (PL).
O diretor de Recursos Hídricos e Ambientais da CPRH, Aldir Pimentel, informou aos parlamentares que o objetivo do projeto é unir os poderes Federal, Estadual e Municipal numa ação compartilhada e voltada para o desenvolvimento sustentável das localidades. “A intenção é capacitar os municípios para promover o controle do meio ambiente e do turismo”. Com um trabalho conjunto, as cidades irão criar instrumentos de gestão costeira, levando em consideração todas as suas potencialidades”, afirmou. O Projeto Orla atenderá os 21 municípios litorâneos de Pernambuco, atingindo uma área de 187 quilômetros de extensão.
Os representantes dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, Recife, Paulista, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, Itapissuma e Itamaracá, que estiveram presentes à audiência, reivindicaram o envio de recursos da União para ações de controle ambiental e criticaram o fato do projeto “transferir a responsabilidade da gestão da orla para os municípios”. Em resposta às criticas, Aldir Pimentel esclareceu que “não há transferência de responsabilidades, e sim uma gestão compartilhada”.
Tubarões – Durante a audiência, os parlamentares ainda discutiram a questão dos ataques de tubarões na orla pernambucana. O pesquisador Neyff Souza fez um relato sobre os números e as causas dos ataques de tubarões no litoral pernambucano. Ele assegurou que o aumento no número de casos está relacionado à interferência do homem no meio ambiente. “Para conter os ataques é necessário, antes de tudo, o repovoamento dos manguezais. A destruição desse ecossistema é a principal causa do deslocamento dos tubarões para às orlas. Há a necessidade de fazer também uma fiscalização mais rígida, impedindo banhistas e surfistas de irem até as áreas de risco. É importante, ainda, evitar o tratamento de peixes na orla e a construção de sanitários públicos, para que o cheiro do sangue e da urina não atraia os tubarões”, ressaltou.
Segundo o presidente Alf, a comissão irá reunir as informações apresentadas pelo pesquisador e procurar encontrar meios para conter os incidentes. “Esse é um problema gravíssimo, porque afeta o turismo no Estado e a segurança da população “, frisou.