Comissão pede à Anatel que fiscalize centrais telefônicas

Em 07/05/2003 - 00:05
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A CPI do Roubo de Cargas e Tráfico de Drogas, diante da constatação da utilização de centrais telefônicas para operações de apoio ao crime organizado, decidiu solicitar à Anatel e a todas as concessionárias do serviço público de comunicação a fiscalização dessas centrais. Os equipamentos apreendidos pela Polícia estavam em residências e eram utilizados para fazer contatos entre o Presídio Aníbal Bruno e cidades do Brasil e do exterior.

Segundo os deputados Pedro Eurico (PSDB), Henrique Queiroz ( PP ) e Sebastião Oliveira Júnior (PFL), as centrais telefônicas serviam para as quadrilhas planejarem suas ações de dentro do presídio. Eurico, que preside a CPI, explicou que a Polícia Civil, partindo de denúncias feitas à comissão, “agiu com rapidez e competência, apreendendo equipamentos em duas residências, localizadas em Barra de Jangada, Jaboatão dos Guararapes, e prendeu Girlene Camargo Mattos e Marcela Cândida Vieira. As duas acusadas pela Polícia foram ouvidas, ontem, pela Comissão Parlamentar de Inquérito no Auditório da Assembléia Legislativa.

Girlene Mattos, 28 anos, aluna do curso de Direito da Faculdade Guararapes, naquele município, foi convidada a dar maiores informações. No inquérito policial, consta o pagamento de uma conta telefônica mensal de sua residência no valor de R$ 4.000. Na casa de Marcela Cândida, a conta de R$ 8.990 causou espanto aos parlamentares. A CPI tem informações ser ela casada com “um tal de Godofredo, ‘estrela’ no mundo de veículos roubados no Nordeste”. Marcela, 28 anos, desempregada, não respondeu às perguntas dos deputados, mantendo um firme “nada a declarar” e insistindo em somente falar à Justiça.

O inquérito aponta chamadas telefônicas para numerosos estados brasileiros, além de outras para outros paises, como Espanha e Bolívia, um dos pontos mundiais do narcotráfico.