A Comissão Especial do Transporte Coletivo realizou, ontem, uma audiência pública para discutir os principais problemas que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos ( EMTU) tem no gerenciamento do transporte. O diretor-técnico do órgão, Enildo Arruda, explicou como funciona o sistema atual.
Arruda destacou a responsabilidade social e a concepção operacional e tarifária da EMTU. Dentre as principais dificuldades que o órgão enfrenta para oferecer um bom serviço, o diretor destacou a demanda decrescente, resultado de um aumento da venda de automóveis, da evolução tecnológica e das várias concessões de gratuidade. O aumento do custo operacional e os transportes clandestinos também foram registrados.
O professor de engenharia de trânsito da UFPE, Oswaldo Lima Neto, afirmou que o sistema está longe de ser o ideal, porque os veículos são tão inadequados quanto os clandestinos. Segundo ele, deve haver um conselho normativo para que sejam decididos os critérios de circulação. Além disso, o professor, que já foi presidente da EMTU, ressaltou a importância de um órgão gestor para fiscalizar e fazer cumprir a legislação. Lima Neto destacou, ainda, que o Sistema Estrutural Integrado (SEI) se mostrou imprescindível, mas precisa ser reestruturado. Ele também questionou o atraso na implantação da bilhetagem eletrônica.
O presidente da comissão, Nelson Pereira (PCdoB), ressaltou que deve ser feito um ordenamento, inclusive para a Região Metropolitana, com a ajuda de um diagnóstico preciso. Silvio Costa (PMN) propôs um debate entre Lima Neto e o secretário Dilson Peixoto (Recife) para discutir a vulnerabilidade da regulamentação do transporte alternativo.