Dando continuidade à análise da situação e dos problemas trazidos pelos aterros que recebem o lixo das cidades da Região Metropolitana, os parlamentares que integram a Comissão de Meio Ambiente realizaram, ontem, uma visita ao Lixão de Aguazinha, em Olinda. Os deputados conheceram a realidade dos catadores e da comunidade do Alto do Cuscuz, que fica dentro da área do lixão, e constataram uma série de problemas trazidos pela falta de um tratamento adequado dos resíduos e pela ausência de fiscalização e segurança.
Durante a visita, os parlamentares foram acompanhados pela secretária de Obras de Olinda, Hilda Gomes, pelo gerente do Lixão, Miro Fernandes, pelo vereador e membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Olinda, Anísio Coelho, e por representantes das comunidades de Aguazinha. Eles atestaram a inexistência de um tratamento do chorume e da deficiência na capacidade de captação da lagoa que recebe o líquido, além de serem informados sobre a deficiência na fiscalização do local, o que provoca, segundo Hilda Gomes, falta de controle das pessoas que entram, casos de violência e a permanência de crianças trabalhando no lixão, que recebe cerca de 400 toneladas de lixo do município por dia.
A secretária informou que cerca de 500 famílias sobrevivem do recolhimento do lixo e que a prefeitura já fez um projeto de reordenamento do aterro, mas que não há verbas. “Desde que assumimos, encontramos essa situação. Já tomamos algumas providências, mas Olinda só conseguirá resolver essa questão com o apoio do Governo Estadual ou do Federal”, assegurou.
Segundo o presidente da comissão, deputado Alf (PDT), o próximo passo do colegiado será promover uma audiência pública com representantes do Estado, de Olinda e dos órgãos ligados à fiscalização do meio ambiente, para discutir uma solução para o lixão. “Vamos convocá-los para que, juntos, elaborem e apresentem um plano de direcionamentos para resolver ou encaminhar soluções para os problemas, identificando, também, os recursos que serão utilizados. Se isso não der certo, vamos buscar uma atitude extrema, que é solicitar, ao Governo do Estado, a intervenção do lixão”, concluiu.
Projeto – Os parlamentares também conheceram o Projeto Meio Ambiente e Cidadania, no bairro de Casa Caiada, onde a prefeitura, em parceria com a Unicef, desenvolve um trabalho educativo com as crianças que trabalham no lixão. De acordo com a coordenação do projeto, são atendidas 550 crianças, das quais, 380 recebem bolsas do Programa de Erradicação de Trabalho Infantil (Peti).
Prostituição – O colegiado recebeu denúncias de prostituição infantil no local.
Como vice-presidente da Comissão Especial da Prostituição Infantil, Ana Cavalcanti (PP) assegurou que vai solicitar providências aos órgãos competentes.