A mudança dos critérios para ocupação dos cargos do terceiro escalão da Secretaria Estadual de Saúde voltou a ser debatida ontem, na Alepe. O deputado Augusto César (PSDB) esclareceu que não aceitou indicar partidários seus, como foi solicitado, para cargos no interior, numa tentativa de compensar a possibilidade dele perder a direção da Regional de Saúde (Dires) de Serra Talhada.
“Não aceitei a pretensão de uma composição por discordar das mudanças dos critérios. Fui levar o meu nome técnico para a Dires e concordo em trocá-lo por outro, se não atender às necessidades”, destacou César, lembrando que defende a nomeação “de pessoas competentes” para ocupar os cargos. Ele lembrou que a medida do Palácio visou atingi-lo e disse que a alteração ocorreu devido às pressões do deputado federal Inocêncio de Oliveira (PFL).
“Os assessores do Governo disseram que Inocêncio não poderia ser constrangido, foi aí que questionei se os critérios eram mesmo para valer”, afirmou César.
Ele relatou que conversou com o líder do Governo, Bruno Araújo (PSDB), que disse para ficar tranqüilo, “pois tudo seria resolvido” .
Augusto César lembrou que o PSDB decidiu aderir à aliança que dá sustentação ao Governo, em 2000, para garantir a governabilidade, mas, em nenhum momento, condicionou à ocupação de cargos. “Nós não fizemos reivindicações, já que o momento era de construção e não de troca de favores”, afirmou, recordando que se surpreendeu com a mudança dos critérios, quando se espera a manutenção da regra definida.
O debate gerou seis apartes. Os oposicionistas Sílvio Costa (PMN), Sérgio Leite (PT), Isaías Régis (PSB) e Roberto Leandro (PT) prestaram solidariedade a Augusto César e criticaram o Governo do Estado. Costa afirmou que a culpa era também do PFL porque diz ser o principal aliado do governador Jarbas Vasconcelos e não se pronunciou sobre o caso em apoio ao deputado tucano. Régis previu que fosse mantido o critério técnico com indicação política, mesma posição de Leite.
Já Pedro Eurico (PSDB) defendeu o Governo, afirmando a Alepe estava perdendo duas tardes com o debate sobre o tema. “Essas insatisfações devem ser tratadas num foro admissível. Devíamos criar uma comissão e levar para defender a refinaria para Pernambuco”, concluiu. A oposicionista Teresa Leitão (PT) rebateu Eurico dizendo que, diferentemente do PSDB, o PT trata das suas divergências, até publicamente, mas não causa tanta “celeuma”, e lembrou que a refinaria virá para o Estado graças a articulação do presidente Lula. O presidente da Alepe, deputado Romário Dias (PFL), lembrou que a defesa da refinaria está sendo tratada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico.