Planos de saúde ferem ética médica

Em 16/08/2002 - 00:08
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Planos de saúde ferem ética médica Os planos de saúde estão interferindo no exercício da medicina e na autonomia do médico “de uma forma arbitrária e antiética”, apesar da aprovação da Lei 9656/98. Essa denúncia foi feita pelo deputado e médico Garibaldi Gurgel (PMDB) ao assinalar o Dia Nacional da Saúde, transcorrido segunda-feira, 5 de agosto.

Ele considera a data bastante oportuna para uma reflexão acerca da conduta que os planos de saúde vêm adotando para os médicos e os pacientes. E alinha queixas referentes à imposição da diminuição do tempo das internações, desrespeito ao período pré-operatório, restrições para doenças preexistentes e interferência em atos de diagnósticos e terapêuticos.

Gurgel ressalta ainda a questão das glosas (supressão) e redução dos honorários, problemas derivados da falta de uma legislação específica “para normatizar o vínculo entre profissionais de saúde e seguradoras”. E rebate posicionamento dos representantes das operadoras no sentido de elevar o valor dos seguros como forma de atender ao aumento da demanda de serviços, em função da epidemia de dengue. E, também, de alterar o dispositivo da lei 9658/98, que garante a cobertura integral.

O deputado assegura que essa postura vem aumentar a indignação dos usuários, já submetidos ao constrangimento da burocracia para autorização dos procedimentos, especialmente no caso dos idosos.

Na condição de presidente da Comissão de Saúde, Garibaldi Gurgel sente-se na obrigação de defender a qualidade dos serviços oferecidos à sociedade, insistindo que “o objetivo maior dos planos deve ser a saúde e a vida dos associados”.