AL debate acusações do MP contra Gadelha

Em 12/10/2000 - 00:10
-A A+

AL debate acusações do MP contra Gadelha As acusações contra o prefeito reeleito de Abreu e Lima, Jerônimo Gadelha (PDT), por suposta improbidade administrativa nas contas de 1997, dominaram os debates de ontem na Assembléia Legislativa. As denúncias do Ministério Público (MP) tiveram repercussão nas galerias, que estavam lotadas de partidários do prefeito e no estacionamento, com manifestações de populares contrários e a favor de Gadelha. O primeiro-secretário da AL, deputado Guilherme Uchôa (PMDB), voltou a defender o prefeito, assegurando que “não existiram irregularidades, apenas erros formais, que não justificam pedido de intervenção e muito menos a prisão preventiva de Gadelha”.

De acordo com o deputado, as denúncias contra o prefeito “não têm sustentação política, nem amparo legal”. Uchôa continuou criticando o MP e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) por tentarem punir uma administração “voltada para o social e que tem amplo apoio popular”. “Com uma administração muito objetiva, Gadelha pavimentou 300 ruas, construiu oito centros sociais Cecon, ampliou os serviços médicos e só compromete 14% da receita com o pagamento de pessoal”, destacou o parlamentar.

Segundo o primeiro-secretário, Gadelha atendeu mais de 10 mil pessoas na área de saúde. Ele desafiou o procurador geral de Justiça, Romero Andrade, o MP e o TCE a provarem que houve discriminação na escolha dos contemplados. “Provem juridicamente que o prefeito é desonesto?”, questionou Uchôa, creditando as denúncias ao “inconformismo” dos derrotados nas urnas.

Por sua vez, o deputado Antônio Mariano (PFL) afirmou que não houve interferência do candidato derrotado em Abreu e Lima, Marcos Siqueira, na questão, recordando que as conclusões sobre improbidade administrativa de 1997 a 2000 são do Ministério Público.

Apoio – Os deputados Sérgio Pinhos Alves (PSDB), José Queiroz (PDT) e Carlos Lapa (PSB) prestaram solidariedade ao pronunciamento de Uchôa e defenderam Gadelha, reconhecendo as qualidades da gestão do pedetista. Para Pinho Alves, houve precipitação do MP. Já Lapa foi mais além e acusou Romero Andrade de estar a serviço do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). O deputado Pedro Eurico (PSB) discordou de Lapa e defendeu o continuidade das investigações da administração de Gadelha. Uchôa acrescentou que Eurico “não conhece a realidade de Abreu e Lima” e ressaltou que as acusações referem-se apenas a 1997. “As contas dos outros três anos ainda serão analisadas”, completou.

O primeiro-secretário voltou a justificar as acusações contra Gadelha, explicando que o decreto de calamidade pública não precisava da assinatura do governador porque o município “nada recebeu do Estado”, na época. “As ações foram desenvolvidas e as obras realizadas. Não houve desvio de dinheiro ou de finalidade. Só cabe uma multa de duas mil UFIRs que contestamos e o tribunal ainda não avaliou”, afirmou Uchôa. O parlamentar também lembrou que a obrigação de fiscalizar o registro de empresas é do INSS e do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e não da prefeitura. (Pedro Marins)