Parlamentares investigam crimes no Grande Recife

Em 06/07/2000 - 00:07
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Parlamentares investigam crimes no Grande Recife A CPI do Narcotráfico está avançando na investigação sobre grupos de extermínio e de sequëstros-relâmpago praticados na Região Metropolitana do Recife. Ontem, os integrantes da Comissão ouviram alguns presos envolvidos com essa prática criminosa.

O primeiro a depor foi Elinaldo do Carmo dos Prazeres, o “Preto”, que está preso por porte ilegal de armas. Mas, segundo a CPI, ele é acusado de homicídios, extorsão, assalto a bancos e seqüestros-relâmpago. Temido em Jaboatão dos Guararapes, Elinaldo estaria obrigando os comerciantes do mercado de Cavaleiro e os kombeiros da área a pagarem uma taxa de funcionamento. Mas o depoente afirmou que esse pagamento se referia aos serviços prestados pela sua empresa de segurança.

Segundo Preto, as pessoas que assassinaram seus dois irmãos estão tentando matá- lo. Quanto ao afastamento do delegado Edinaldo, que atuava na delegacia de Cavaleiro, ele negou que tivesse algum problema com o policial. Mas a CPI apurou que o delegado teria saído por influência de políticos que protegem o preso. Os deputados chegaram a citar os vereadores de Jaboatão Manoel Panta, Zito Ramos e Bartolomeu Rodrigues.

Ao final da sessão, a CPI anunciou que a partir daquele momento Elinaldo estava com a prisão decretada pelo juiz José Roberto Moreira, da Comarca de Jaboatão, por dois homicídios.

Seqüestros – Os outros dois depoimentos da tarde de ontem foram de integrantes do grupo de Duda, uma das principais quadrilhas de seqüestros-relâmpago que agiam no Estado. Duda foi assassinado pelo próprio bando, há cerca de três meses.

Fernando Henrique Xavier admitiu que sabia da vida criminosa de Duda, mas alegou que apenas vendia a mercadoria roubada. Ele nega ter participado dos seqüestros, apesar de ter sido reconhecido por uma das vítimas. Xavier está preso no Aníbal Bruno, condenado a 15 anos.

O outro depoente, Edilson Martins dos Santos, está na mesma situação. Ele revelou que Duda escolhia as vítimas pela marca do carro, dando preferência aos importados. Um fato que chamou a atenção dos deputados se refere ao relaxamento da prisão de Duda e Edilson, que, segundo o depoente, teria se tornado mais fácil devido ao recesso do Poder Judiciário. Ao final, a CPI fez uma acareação entre Fernando e Edilson.(Natália Câmara)